A mudança de nome da Concha Acústica da Universidade Federal do Ceará (UFC) de Antônio Martins Filho, primeiro reitor e fundador da UFC, para Bergson Gurjão, estudante morto durante a ditadura militar, virou alvo de críticas dentro e fora da academia. Um dos mais duros críticos é o cientista político e ex-reitor da UFC, Paulo Elpídio de Menezes, que classificou o ato como “inaceitável”.
Em nosso programa da Jangadeiro Band News, ele contestou o argumento dado pelo Conselho Universitário (Consuni) de que o espaço nunca havia sido formalmente nomeado. “A redução dessa decisão à necessidade de um preenchimento legal de um vazio é absolutamente inaceitável. Não há nenhuma consistência nisso. Se era para resolver esse vazio legal, simplesmente regularizaria a situação do Professor Martins”, declarou em entrevista à Rádio Jangadeiro FM 101,7, nesta terça-feira (12).
O ex-reitor Cândido Albuquerque também se manifestou contra. “Penso que outro espaço acadêmico poderia receber o nome de Bergson, respeitando-se a memória e a história do nosso primeiro e maior reitor! Uma mudança dessa ordem, para ser democrática e legítima, deveria passar por uma consulta à sociedade. Os que hoje mudam a história da UFC nem mesmo faziam parte do universo acadêmico naqueles tempos”, disse.
Filho do também ex-reitor Roberto Cláudio Frota Bezerra, o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, lamentou. “Exatamente no ano em que a UFC completa 70 anos, o pedaço mais importante dessa memória e dessa história está sendo inexplicavelmente apagado”.
Em nota, o Consuni justificou que “em 1959, foi afixada uma placa informal em homenagem ao fundador e primeiro reitor, mas tal denominação nunca ocorreu no âmbito do Consuni, órgão máximo da UFC e a quem cabe legislar sobre esse tipo de matéria”. No último dia 1º, o Conselho aprovou a denominação como Concha Acústica Bergson Gurjão Farias.
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