Artigo do prof. Carlos Delano
Certa vez, após receber uma visita na minha casa, na despedida, minha esposa elogiou a calça jeans da amiga visitante. Como resposta, quando normalmente se espera um "muito obrigada", obteve informações sobre o valor e a loja onde comprou.
Confesso que não me recordo se minha mulher fez perguntas para ter essas respostas, mas elas são indiscutivelmente dadas por pessoas carentes de oportunidades para mostrar o que possuem. "Ora, já que ninguém buscou saber, mesmo assim direi".
Tal episódio apenas retrata esse lado repugnante da sociedade (ou parte dela). Como existem pessoas que adoram ostentar, dizer o que possuem, como se esse comportamento fosse necessário para se consolidar em uma posição superior em relação a outras, não é?
Juro que às vezes me esforço para entendê-las, mas sou vencido pela minha humildade que desaprova absolutamente tal conduta. Minha sensatez me impede de acreditar que preciso me posicionar dessa maneira, como se o que venha a possuir importe para alguém.
Mas não pensem que tudo está perdido, que se trata de uma regra entre os membros da nossa sociedade. Talvez conheçamos alguém que nos respondam dizendo que estão bem, felizes e em paz, quando as perguntas que fazemos possam levar tão somente para se ter esse tipo de resposta.
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