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sexta-feira, 30 de agosto de 2024

ARTIGO. Convivendo com a sombra da sorte

Carlos Delano Rebouças

Você acredita na sorte? Já teve uma para dizer que foi o sortudo da vez? Qual é a sua melhor definição para esse, vamos dizer, "fenômeno", que inquestionavelmente faz a diferença na vida de tanta gente que acredita nela?

O grande cantor e compositor Fernando Mendes diz, em uma de suas belas músicas, que 'Toda sorte tem quem acredita nela'.... E quem não acredita, de nada adiantará um pé de coelho no bolso traseiro.

Deixando um pouquinho de lado essa bela canção, conforme os dicionários de papelaria e o novo "pai dos burros" da Internet, sorte quer dizer uma força sem propósito, imprevisível e incontrolável, que modela eventos de forma favorável ou não para determinado indivíduo, grupo ou causa". Uma definição bem sensata, não é? 

Já na visão religiosa, já se diz que possui um significado transcendental, ancorado na confiança em Deus. Isso quer dizer que sem fé no Criador, sorte não terá. Então, vamos acreditar, que tudo pode (ou vai) acontecer de bom! 

Mas quando existe nos dois extremos, em duas partes envolvidas, em dois atores que protagonizam uma história, a crença e a descrença com relação ao fator sorte. De um lado, se houve que "Tenho sorte de ter você comigo."; do outro, "Se estou contigo é porque fiz por merecer.". E agora, o que dizer com relação a essas colocações?

Isso vai depender muito do olhar e do acreditar. Talvez vamos até nos contradizer quando as coisas estiverem dando certo, sobre  para quem (o que) serão dados os créditos, os aplausos. Quem sabe vamos ser injustos com os reais motivos, afirmando categoricamente que tiveram a sorte de estarmos ali, e isso faz (ou fez) muito bem a todos. 

Tudo isso pode acontecer, até que se inverta a situação e passem a aplicar, unicamente, seu antônimo para não reconhecer a culpa. É bem nesse momento que a crença na sorte prevalece, como alternativa de se isentar das responsabilidades.

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