Translate

domingo, 28 de julho de 2024

JOGOS OLÍMPICOS. E nada tinha a ver com a "Última Ceia"


Leonardo da Vinci, falava que a arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível. O nome dele foi lembrado durante a abertura dos jogos Olímpicos de Paris, confundindo o quadro "A festa dos deuses" de Harmensz van Bijlert como se as drag queens estivessem parodiando o seu quadro da Santa Ceia. 

Essa falta de informação reacendeu o fogo da guerra cultural polarizada entre a extrema direita e os progressistas, considerando a cena um absurdo, um sacrilégio. 

Os que a condenaram tocaram na ferida aberta do preconceirto de gênero e da gordofobia, revelando nada mais nada menos que a lente míope do prejulgamento. Em contrapartida, eu li o artista plástico cearense José Guedes tirando a dúvida, enquanto um outro internauta estranhava esse tipo de reação ainda que fosse alusão à pintura da santa ceia. Afinal, Leonardo da Vinci era gay. E era ateu. 

Foi preciso o diretor dos jogos negar qualquer referência a "Última Ceia". Na verdade, a leitura que se faz é a de celebrar a grandeza e a glória do conhecimento das artes humanas, em todas suas manifestações. Por isso se viu desde citações às artes clássicas, como a dança, a música dos mestres e o funk contemporâneo dos grupos marginalizados. Referência histórica ao sagrado e ao profano, como o virtuosismo de Jakub Jozef Orlinski ao lado de "follies" como o can-can de cabarés como o Moulin Rouge, e a força expressiva das artes cênicas como a citação musical do já clássico Titanic. Em tudo, ressaltando a inteligência do poder criativo do homem, a ponto de inserir criações modernas da era digital como os games - aquele mascarado com a tocha era uma referência a Arno Dorian, personagem da série de videogames Assassin's Creed, jogo criado por um estúdio francês. 

A falta de conhecimento, gente, distorce a realidade e, muitas vezes, impõe o nosso falso moralismo. É como dizia Bernard Shaw: "os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma". E a abertura dos Jogos de Paris revelou o quanto ignorantes somos. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Vai enganar outro,isso é pouca vergonha um marmanjo nas olimpíadas mostrando as bolas perto de uma criança!