O ser humano vive problemas ligados a diversos fatores que lhe têm gerado o adoecimento mental. Como forma de escape, uma parte recorre ao receituário médico; outra parcela, recorre aos meios tecnológicos como alternativa. Aplicativos de entretenimento soam como bálsamo para alguns. Mas assim como os medicamentos causam efeitos colaterais, o uso excessivo dos meios da tecnologia acabam ampliando os tormentos da alma. É o que aponta, neste artigo, o professor Carlos Delano Rebouças, ao analisar o uso desses meios, lembrando que esses recursos "talvez curem por um lado e nos destroem por outro".
Quem de nós nunca, em algum momento da vida, não se automedicou? Que atire a primeira pedra aquele que não conta ou já não contou com pelo menos uma cartelinha de analgésico em sua casa?Para as dores da vida, esse é o recurso. Buscamos nos remediar de alguma forma para minimizar o sofrimento em relação a alguma coisa, e com as feridas da alma não seria diferente. Sempre pode haver uma forma de remediar, não é? E parafraseando o dito popular, "De médico e louco, quem de nós não somos um pouco?"
Mas não é apenas o corpo que adoece, tampouco vai ser somente ele que estará na pole position dessa corrida que pode levar à autoflagelação, à autodestruição. A mente também é um dos principais alvos de adoecimento, e, não diferentemente do corpo, reflete direta e inevitavelmente um no outro. No entanto, chego a acreditar que estamos bem mais com o corpo em dia que que a mente. Não acham?
Assim, para suavizar esses impactos, sobretudo na mente, buscamos ocupá-la de alguma forma. O que antes era feito pela leitura de um livro, pelo exercício de uma atividade profissional, pela realização de esporte ou qualquer ocupação que preenchesse o tempo e nos deixasse menos possível a disposição do tédio, hoje, aliás, de um tempo para cá, passamos a acreditar que a única forma de preencher essa lacuna é com a tecnologia e seus atrativos.
Nunca temos dinheiro para comprar livros, para realizar um passeio em família, para uma pizza no fim de semana, muito menos para custear um plano de saúde. Contudo, temos sim para uma TV por assinatura, para uma Internet de qualidade, para a aquisição de equipamentos tecnológicos, para assinatura de canais de entretenimento...Ah! Temos para tudo isso, sim, pois é tudo isso mesmo que me acalma, que me diverte, que me consola...
Mas não podemos, nem devemos reconhecer que também nos adoecem. Se acreditarmos que se tratam de um bálsamo, como algo que está nos fazendo um enorme bem, saibam que também possuem seus efeitos colaterais como qualquer medicação. Talvez curem por um lado, e nos destroem por outro.
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Obrigado pelo espaço.
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