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domingo, 3 de dezembro de 2023

ARTIGO. O triste fim das revistas de mulheres peladas

Texto de Maurício Silva*


Sou das antigas. Do tempo de "O Rei do Gado". Do tempo em que a revista Playboy da Sheila Carvalho beirou 900 mil exemplares. Ninguém estava de olho na entrevista exclusiva com uma figura de proa, tampouco interessado em textos de colunistas consagrados. O macharal tóxico estava de olho arregalado no tchan da morena. Foram muitos tchan, tchan, tchan ! Feiticeira, Tiazinha, Adriane Galisteu...Matéria prima sempre abundante (ops!) : musas do Bigh Brother (Grazy Massafera arrasou quarteirões), o abre alas das deusas do Carnaval, dançarinas do Faustão, Paniquetes, escancararam seus predicados a olho nu.

A história acompanhou as matas amazônicas que se desbastaram em desenhos, como o bigodinho do Hitler, até a desertificação total, chegamos, literalmente, a mulher pelada em depilações caprichosas.

A revista Playboy enxergou mais longe e segurou o tchan para não chegar a exaustão nem a vulgaridade total. Seguindo o exemplo de outras revistas menos famosas fechou as portas. Acabou, não tem mais revista de mulher pelada nas bancas. Sinal de apocalipse, o papel impresso cedeu lugar a imagem virtual da internet. Um prenúncio do fim dos tempos.

Quem diria que eu viveria para ver a minha outrora valiosa coleção de Playboy, resquícios de tempos sedutores, largada a um canto, indefesa, entregue a sanha de cupins insanos e implacáveis.

* Jornalista e Publicitário

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