As postagens mais recentes do Eduardo Tessler sobre a crise do impresso que leva ao fechamento de mais um periódico.
Agora aconteceu no Rio.
O popular Expresso da Informação (Rio de Janeiro, RJ), popular do Grupo Globo, saiu de circulação na semana passada. É a morte de um jornal que nunca aconteceu, na verdade.
Com mais de 10 anos, o Expresso nasceu para bater de frente com o irreverente Meia Hora (Rio de Janeiro, RJ), posicionando o Extra na mesma faixa de O Dia, e assim reinando absoluto como generalista com O Globo no Rio. A ideia até funcionou como posicionamento, mas não como produto. Nunca conseguiu pagar suas contas.
Expresso era produzido por uma pequena equipe que reaproveitava matérias do Extra, editando em formatos compactos. Tudo para que o tabloide chegasse às ruas com poucas páginas e em formato tabloide - e assim mais barato. Mas não é fácil competir nas bancas.
O último exemplar do Expresso circulou semana passada.
O principal motivo para a queda livre dos jornais impressos é a falta de relevância. Os editores acreditam que ainda estão em 1990, quando a notícia da véspera precisava ser destacada. Digital? Não existe. TV? Também não.
E aí entra o talento (ou a falta) de quem escolhe esse destaque.
Pelo menos três impressos brasileiros não olharam a agenda, não sabem em que ano estamos. Diário de Pernambuco (Recife, PE), Diário Gaúcho (Porto Alegre, RS) e O Tempo (Belo Horizonte, MG) apostam manchete e foto principal a um jogo de futebol sem a menor importância, Catar x Equador. Foi a abertura da Copa, verdade, mas semana que vem ninguém lembra.
Erro de principiante. Nada mais piloto-automático do que publicar esse jogo.
Enquanto isso os leitores seguem desaparecendo - agora com mais razão.
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