Quantas vezes você escreve algo e deleta por não considerá-lo o que desejava realmente dizer? E quantas vezes você risca uma frase no computador, enquanto persegue um momento criativo, e deixa sombreado para ter a historiografia do seu relato? Isso é mais comum entre os poetas, ao utilizarem os recursos digitais para construírem seus versos. Mas acontece, também, com quem usa a prosa como forma literária.
"O escritor Peter Schmidt(*) usa o “riscado” como uma espécie de escrita de sombras: sua “Enciclopédia da Luz”. Ele revela pequenos fios escuros de desfazer – marcas do segundo pensamento que cancela infinitamente o primeiro. Escrevemos, agora, claro, com luz, olhando para telas brilhantes. Mas é uma estranheza de nossos monitores apagarmos o que escrevemos com ainda mais luz: um cursor piscando, recuando sobre as palavras. O que Goethe supostamente disse em seu leito de morte? "Mehr Licht!" - Mais luz! E ele foi apagado. O que se segue também alcança a luz – mas a luz não será apreendida", citou D. Graham Burnett, editor da série.
Este ensaio é a décima sétima oferta de nossa série Conjecturas , um espaço destinado a servir de laboratório para experimentos com forma e método históricos. Pede-se ao leitor que fique de olho nesses textos, que se entrelaçam entre o passado e o presente, entre a imaginação e o arquivo, entre os sonhos e os dados. O Editor da Série é D. Graham Burnett.
Trecho de The Encyclopedia of Light, publicada no The Public Domin Review.
OLHA OS RABISCOS que ele adicionou à sua obra:
(*) Peter Schmidt é escritor, pesquisador e membro fundador do Global Experimental Historiography Collective. Seu romance, A Mountain There , está para ser lançado. Ele mora na cidade de Nova York.
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