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terça-feira, 5 de outubro de 2021

TV. Como diz Caetano "quem lê (e comenta) tanta notícia"?

Às vezes, chega a surpreender a exaustão de comentários de telejornais em relação a um fato corriqueiro do dia-a-dia. Nessas ocasiões, o âncora faz a chamada da matéria, já diz mais ou menos o que aconteceu e chama o repórter para que ele forneça detalhes. 

É aí que o repórter conta de novo o acontecido; alguns dão pormenores importantes e, outra vez, repete tudo de novo do que aconteceu - como se alongasse a matéria para ganhar tempo. 

Na volta ao estúdio, o apresentador comenta o fato, lamenta se for o caso ou elogia e, à título de esclarecimento (imagino) volta a ampliar o comentário, mostrando a imagem, pedindo repeteco, sem oferecer nenhuma novidade ao que já foi explicitado pelo repórter. Em emissoras "news", comentaristas se posicionam várias vezes durante o programa para dizer o que já foi exposto pela manhã, no meio da manhã, ao meio dia e nos horários subsequentes. 

Esse tipo de jornalismo opinativo, evidentemente, exige do profissional o senso de aprofundá-lo com um texto que não beire a superficialidade. Mas, infelizmente, no afã de se mostrar natural e comunicativo, o trabalho de alguns âncoras chega a cansar o público, que pode se sentir inferiorizado com tanta explicação, como se ele não tivesse a capacidade de discernir o fato e construir como telespectador a sua própria opinião. 

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