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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

ATOR. Phoenix ganha o BAFTA e critica o racismo sistêmico

O ator Joaquin Phoenix ganhou ontem o BAFTA de melhor ator e, na cerimônia, mostrou que não é de ficar calado. O ator de "Coringa" criticou os organizadores pelo que chamou de "racismo sistêmico", ao qual ele se incluiu, por privilegiar apenas os brancos em detrimento dos atores negros. Domingo será a vez do Oscar. Se ele ganhar, aguardem o discurso em relação à Hollywood.  



“Acho que estamos a enviar uma mensagem muito clara às pessoas não brancas de que não são bem-vindas aqui” considerou, fazendo alusão ao tema que dominou a imprensa após a revelação dos nomeados. Ou seja, a ausência de atores não caucasianos entre os candidatos. Outra ausência que acabou por determinar uma revisão na escolha dos candidatos, a ter efeito já para o próximo ano, foi a da nomeação de mulheres fora de categorias exclusivamente femininas: pelo sétimo ano consecutivo, por exemplo, nenhuma mulher foi candidata ao galardão de melhor realização. Lulu Wang foi a excepção, mas a realizadora viu o seu nome apenas entre os candidatos a melhor filme de língua estrangeira, por A Despedida.
E a sua reação não se fez esperar. No Twitter, Wang agradeceu a Phoenix. Phoenix subiu ao palco para se mostrar “muito honrado e privilegiado por ali estar”, mas não deixou de desabafar que se sentia “em conflito” – “porque tantos colegas meus atores mereciam e não estão a ter os mesmos privilégios”.
O ator considerou ainda não acreditar que alguém pretenda ter um “tratamento especial”, sublinhando que “as pessoas só querem ser reconhecidas, apreciadas e respeitadas pelo seu trabalho”. Mas, mais que o dedo à indústria, Phoenix aponta-o a si próprio: “Esta não é uma condenação hipócrita, porque tenho vergonha de dizer que faço parte do problema. Não fiz tudo ao meu alcance para garantir que os filmes em que participei fossem inclusivos.” Mas, para lá da culpa, o ator também forneceu a solução: “Temos que trabalhar arduamente para entender de facto o racismo sistêmico”.

FONTE: PÚBLICO 

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