Em sua página "Mídia Mundo", onde analisa o dia-a-dia do impresso brasileiro, o consultor Eduardo Tessler elogia jornais que atentaram para a manchete principal do dia - a canonização de irmã Dulce - e lamentou que a edição de "A Tarde" desse preferências a assuntos de menor soma, do que o evento realizado no Vaticano. Principalmente, por ser um jornal editado em Salvador, na terra da freira canonizada.
A lenta agonia de A Tarde
O jornal A Tarde (Salvador, BA) está morrendo.
Depois da crise econômica, da queda de circulação, dos desacertos empresariais, agora o editorial do histórico diário baiano está dando sinais de cansaço. Pelo jeito não há mais como reverter o quadro. Chegar vivo ao final do ano terá sido um feito louvável.
A canonização de Irmã Dulce é destaque sem margens para dúvidas em vários jornais brasileiros hoje, como o Estado de Minas (Belo Horizonte, MG) e Jornal do Commércio (Recife, PE). Mas em A Tarde a manchete é outra. Irmã Dulce ocupa apenas o terço superior.
A nova santa é mineira? Pernambucana? Não, Irmã Dulce nasceu, viveu e morreu em Salvador, onde, aliás, está seu santuário. Mas A Tarde distribui a atenção com vários outros temas. Para o jornal soteropolitano, parece normal o que ocorria no Vaticano. O diário assume sua irrelevância e não oferece meios para recuperar o espaço perdido.
Triste fim para um marco no jornalismo brasileiro. Seus dias estão contados.
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