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segunda-feira, 28 de outubro de 2019

ARTIGO. A histeria ao novo continua mais de 100 anos depois


"Mas é você que ama o passado

E que não vê
É você que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem" (Belchior-Como Nossos Pais)

É incrível como algumas pessoas se opõem ao novo. São aquelas que acham que um novo invento, uma nova moda, sejam contrárias ao 'status quo' e que essa novidade pode significar até mesmo o fim do que está posto. 

No início do século passado, em 1906, o fonógrafo significou uma ameaça tecnológica. O pianista John Philip Sousa (conhecido como o 'rei das marchas') atacou a invenção dizendo que ele significava o fim do sentimento, da sensibilidade, da arte, "da moral, dos bons costumes", além de acabar com a música e, claro, o emprego dos músicos. 

A tecnofobia existe. Você já deve ter encontrado alguém dizendo que não quer saber nada de internet, não usa celular e que/ tem um olhar pessimista sobre o futuro do mundo tecnológico - ainda que o novo vem e que, ao contrário da profecia de Souza, vem e fica. 

A histeria ao novo me vem depois de ler que Nate Anderson comentou o tema: 

um olhar sobre os 100 anos do medo da Big Content, em suas próprias palavras. Havia John Philip Sousa em 1906 avisando que a tecnologia de gravação destruiria o passatempo americano de se reunir ao redor do piano para cantar música ("O que é da garganta nacional? Não vai enfraquecer? O que do peito nacional? Não vai encolher?") . Havia a fotocopiadora após a Segunda Guerra Mundial. Havia o videocassete nos anos 70, que um lobista previu que resultaria em maremotos, avalanches e sangramentos e hemorragias pelo negócio da música. Ele comparou o videocassete ao estrangulador de Boston - nesse cenário, o público americano era uma mulher sozinha em casa. Em seguida, gravações domésticas de músicas, fitas de áudio digital, tocadores de MP3 e Napster, cada uma das quais previa desperdiçar indústrias inteiras; e assim por diante, atualizados com DVRs, rádio HD e HDTV. Anderson conclui com uma citação do especialista em direitos autorais William Patry em seu livroPânico moral e as guerras de direitos autorais : "Não consigo pensar em uma única inovação significativa na criação ou distribuição de obras de autoria que devem suas origens às indústrias de direitos autorais".

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