As pessoas não tinham muito acesso a ela, pois havia proibição de se ler os testamentos.
Vivia-se, praticamente, à sombra das escritas rupestres das cavernas. Uma pedra rolou no templo. E no tempo.
Vivia-se, praticamente, à sombra das escritas rupestres das cavernas. Uma pedra rolou no templo. E no tempo.
Veio a imprensa.
Sagrado Gutermberg e companhia.
Sagrado Gutermberg e companhia.
Os livros adoçaram o interesse de ávidos leitores.
Descobriu-se a era industrial.
A roda do tempo trouxe o telefone. O rádio.
E veio a tv compactando o que os livros compendiavam
A roda do tempo trouxe o telefone. O rádio.
E veio a tv compactando o que os livros compendiavam
em muitas páginas a leitores indolentes.
O poder da imagem era mais significativo do que a escrita.
O poder da imagem era mais significativo do que a escrita.
Começou a era de se ler apenas as orelhas dos livros.
E disso se faziam análises e teses de várias páginas
comentando o que não leram. E o que não viram.
Ainda assim, os livros eram preferência de muitos.
Mas diante da tecnologia, semeando palavras,
distanciando-nos uns dos outros, embora todos pertos,
o mundo considerou ser o último grande avanço.
Como a preguiça humana se inquietava em ler muito,
ninguém comprou mais livros. Não se escreveu mais cartas.
Os periódicos impressos levaram um tombo
e vivem a claudicar nas UTIs da moderna crise.
Nesse meio tempo, blogs perderam seguidores.
Sites prosperaram, porém, foi o gênio de alguém
que anestesiado pelo que havia, criou as redes sociais.
Elas vieram, certamente, coroar o ideal de todos nós preguiçosos:
escrever pouco – tuitar-se 36 toques.
Nada dizer, para muitos que nada lêem.
O abençoado e santo Google, que tudo conhece,
tudo sabe, tudo ensina, tudo responde é o guru de todos.
Nada dizer, para muitos que nada lêem.
O abençoado e santo Google, que tudo conhece,
tudo sabe, tudo ensina, tudo responde é o guru de todos.
O Instagram, revelou-se no modelo especial
- por seu modo espacial de prender-se às fotos -
mostrou-se a preferência daqueles que não sabem ler.
E nem escrever.
- por seu modo espacial de prender-se às fotos -
mostrou-se a preferência daqueles que não sabem ler.
E nem escrever.
Para alguns, importante é documentar fotos.
As fotos sim, não mentem jamais.
As cartas mascaravam a verdade dos fatos.
As cartas mascaravam a verdade dos fatos.
E foi uma tal exposição de fotos de todo jeito, de todo tipo.
Gente mostrava o que comia, como para dizer que comia.
Selfies à la vanté. Famílias reunidas, no que parecia ser
uma desculpa pela falta de união da própria família.
Fotografar tornou-se objeto de desejo de todos.
Fotografar tornou-se objeto de desejo de todos.
O celular, quase deu as contas dos profissionais da fotografia.
E, na sede de mostrar-se magnânimo com o pouco que sabia,
o internauta considera hoje em dia que sabe tudo.
Monossilábica comunicação de kkk, tks, obg, bjs e rsrsrs.
Bons tempos em que apenas se conhecia o etc.
O mundo já foi mais evoluído. Não que tenha involuído.
Estamos apenas parados. Como postes.
Aguardando que alguém possa instalar os fios neles,
para que se faça a luz sobre nós todos...
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