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sábado, 24 de novembro de 2018

ARTIGO. Consumismo tem mais fiéis que religiões juntas



No dia da "Black Friday", uma constatação. O consumismo tornou-se a doutrina mais poderosa da face da Terra. Ela tem convertido mais fiéis do que o cristianismo, hinduísmo, budismo, islamismo ou qualquer outra religião.
Diariamente, os seguidores dessa nova ordem capitalista superlotam os centros de demonstração dessa fé. São os modernos shoppings, construídos intencionalmente à semelhança das antigas catedrais para atrair mais adeptos.
Afinal, que são as vitrines das lojas desses centros de compra senão nichos consagrados ao paganismo - ou seria melhor escrever, ao PREGÃOnismo -, onde indivíduos se debruçam nelas e fazem promessas ao deus-grana para obter o milagre da compra.
No interior dessa nova religião, tudo é "clean". Tudo é limpo. Tudo sugere vitória, como se ter a chance de penetrar ali, fosse tarefa destinada apenas a alguns eleitos. Quem já viu um pedinte ou qualquer pobre circulando por lá, angariando a caridade pública? Nunca.
Há quem considere que essa nova doutrina venha cumprir a promessa do evangelista João, no texto do Apocalipse. A crer nessa tese, segundo uma interpretação ainda que sem peso de credibilidade, esses seguidores seriam reconhecidos por conduzirem na mão direita a marca da besta. Sabe como eles provam isso? Que os celulares seriam esse condutor de ligação com a besta fera. E sabe quais os números marcantes do início da telefonia móvel? O 999 que invertidos servem para os críticos mais ousados fazerem essa absurda ligação.
Como nas antigas seitas bárbaras, que tinham as sextas negras, o consumismo elegeu a terceira sexta feira de novembro, para realizar a magia de seus seguidores. A Black Friday, pelo visto, parece associar-se a essa realidade.

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