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quarta-feira, 16 de maio de 2018

CENSURA. Tempos de chumbo com cortes no radiojornalismo

Para aqueles que não viveram a época da ditadura e defendem a volta dos militares ao poder, é bom lembrar que eles agiram de forma terrível nas comunicações. Lembro-me dos tempos em que trabalhando na rádio Iracema, o Grande Jornal Iracema, por exemplo, só podia entrar no ar quando o  censor lesse antecipadamente o material produzido e cortasse o que o regime não desejava. A gente só tinha acesso depois que ele colocasse sua rubrica em cada página. 

Uma feita, um deles demorou a chegar e só depois de 15 minutos é que o noticioso foi ao ar. Nesse ínterim, ficamos tocando música enquanto eu e o Almir Pedreira comentávamos internamente o problema que isso acarretava à programação. 

Outra lembrança foi o caso relacionado ao surto de poliomielite no País e que, por ordens de Brasília, não se devia tocar no assunto, de jeito nenhum. Pouco tempo depois, a ditadura deflagra uma campanha nacional de vacinação e usou as emissoras de rádio para divulgar o perigo da doença caso as pessoas não se vacinassem. 

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