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segunda-feira, 12 de março de 2018

JORNALISMO. Profissionais discutem nos EUA a atividade


AD Ana Dubeux escreveu no Correio Braziliense

Até um animal de cativeiro como eu precisa sair para ver o mundo. Jornalista que sou, bem ambientada a uma jaula chamada redação — não me interpretem mal, eu mesma me aprisionei por paixão —, decidi dar um refresco aos olhos para mirar outras experiências de jornalismo que não a minha. Saber as novidades de um ramo que se reinventa a cada dia. Nosso negócio pede um frescor há algum tempo e nada como colher ventos diretamente de quem os semeia. Como vocês podem ver, leitores, saí para visitar outras redações. Não poderia ter ido a uma viagem melhor.

Sou uma das 10 jornalistas selecionadas para participar do programa U.S. Study Tour: Press Freedom and Innovation Journalism, a convite do International Center for Journalism (ICFJ) e da Embaixada Americana. Diretoras de redação (O Povo e A Crítica), editores (Diário Gaúcho e Globo News e dos sites independentes Correio Nagô e Marco Zero) e repórteres (Valor Econômico, Tempo e Folha de Londrina) me acompanharam nessa empreitada cheia de aprendizado.

Em Washington, fomos aos grupos tradicionais de mídia, como o USA Today, a NPR (Nacional Public Radio), e a grupos como a Vox. Assistimos a palestras e aulas com professores de universidades americanas, como o próprio ICFJ, e especialistas de institutos, como o Wilson Center. Também conhecemos o Foreing Press Center. Em Austin, no Texas, visitamos o Freedom of Information Foundation e o Texas Tribune. O roteiro também incluiu o VICE News, o Capital Factory e o Knight Center for Journalism in the Americas; e, na Califórnia, o Center for Investigative Reporting (CIR), a Vox Media, o Vale do Silício, entre outros.


Enfim, um périplo curioso, interessante e extremamente engrandecedor para todos que acreditam no jornalismo como um propulsor da sociedade, seja quando presta serviço, seja quando investiga irregularidades ou conta histórias. Aprendemos muitas coisas. Entre elas, que as redações no mundo inteiro são parecidas num quesito: todas estão em busca de novos caminhos e investindo pesadamente na produção de notícias. Para encontrá-las, é preciso desafiar o medo e arriscar, assim como investir em novos formatos para a entrega dessas notícias e valorizar ao extremo a produção de conteúdo. 

Como pano de fundo, sempre, sempre está a liberdade de imprensa e a credibilidade. Sem isso, não há bom jornalismo, nem no papel, nem nas plataformas on-line — há apenas a selva, sem lei, sem ordem, incapaz de enjaular as perversidades da comunicação do nosso tempo, vide as fake news.



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