ARTIGO
Os babacas carecas do Brasil?
Demitri Túlio de O POVO
Tem uma máxima de nossos pais que atravessa os tempos. Aquela de que só imitamos dos outros o que não presta. É pra ralhar com a gente, desde de criança e, agora, idiotas crescidos. Por causa de algumas besteira feitas, pisadas de bola.
Pois bem. Só faltava essa em Fortaleza. Depois de importarmos e inovarmos na imbecilidade violenta das facções, PCC paulista e Comando Vermelho carioca, agora um punhado de abestados daqui, de quem mal ouvíamos falar, põem a cara no mundo para espancar quem aciona neles algum trauma ou desejo incubado.
Só pode. Se todas as formas de distribuir violência sempre foram equívocos na história da Terra, o que dizer de, em 2018, correrem notícias de espancamentos no Benfica, em Fortaleza, por causa da cor da pele e da orientação sexual alheia?
É surreal a notícia em Fortaleza. Inimaginável, até aqui, relato tão chocante da ação de skinheads, no miolo de um bairro universitário, amigável e tão símbolo dessa cidade.
Alguma coisa está fora da naturalidade das coisas e encoraja esse tipo de agrupamento a sair nas ruas distribuindo ódio e espalhando cartazes. Um efeito dos tempos misóginos, homofóbicos, racistas e machistas que ganhou corpo com os líderes equivocados.
Nem sempre nossos pais estiveram ou estão certos quando diziam ou dizem que não copiamos e reinventamos o que aparentemente é bom. Mas nesse caso, espero que os pai e mãe desses "carecas" babacas não sejam o espelho deles.
A primeira reação é polícia, Ministério Público e Justiça neles.
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