Um dia depois de produzir um excelente texto sobre a questão do tempo e o peso da idade de um jogador, Jussie Cunha emociona a todos os seus ouvintes do "De Letra" (Tribuna Band News FM 101,7 - às 7h35 e às 9h30 de segunda à sexta -, com uma crônica sobre um ano da tragédia com o time Chapecoense e que publicou em sua rede social.
Nele, Jussie classifica o ano 2016 como um dos mais exigidos por ele - perdeu o pai e o narrador Carlos Fred de quem tinha forte amizade -, mas o outro lado da gangorra, a vida, presenteou-lhe com duas filhas que deram uma guinada nova na sua vida.
O texto é marcado por um pesar, em função de todas essas tragédias, mas o talento de escritor de Jussie consegue adoçá-lo com a esperança que as duas gêmeas lhe trouxeram como um indicativo de que é preciso seguir em frente. E ele vem fazendo isso: com um respeitoso profissionalismo de quem já tem seu nome entre os grandes do rádio esportivo cearense.
Nele, Jussie classifica o ano 2016 como um dos mais exigidos por ele - perdeu o pai e o narrador Carlos Fred de quem tinha forte amizade -, mas o outro lado da gangorra, a vida, presenteou-lhe com duas filhas que deram uma guinada nova na sua vida.
O texto é marcado por um pesar, em função de todas essas tragédias, mas o talento de escritor de Jussie consegue adoçá-lo com a esperança que as duas gêmeas lhe trouxeram como um indicativo de que é preciso seguir em frente. E ele vem fazendo isso: com um respeitoso profissionalismo de quem já tem seu nome entre os grandes do rádio esportivo cearense.
Desde que nasceram, Ângela e Júlia abreviaram minhas noites. Como de costume, elas me acordaram cedo naquele 29 de novembro. O sol não tinha nem saído e as duas já dominavam a cama. Esparramadas como se estivem à espera de algum vídeo do Mundo Bita na TV. Peguei o controle retomo para atender aquela expectativa. Antes de chegar ao YouTube, cai no jornal matinal. Esbarrei numa notícia que tinha mudado a programação. Todos falavam sobre o mesmo assunto, mas era tudo meio desencontrado ainda. Pra mim, confuso. Peguei a conversa no meio, não conseguia juntar os fatos. O sono contribuía para que a ficha não caísse.
Foi aí que peguei o celular, acessei as redes sociais e tudo ficou terrivelmente mais claro: o avião da Chapecoense tinha caído em Medellin, na Colômbia.
A manchete espantou o sono da pior maneira possível! E a cada atualização de notícias, o cenário ia piorando. A esperança por sobreviventes diminuía. Uma angústia.
Ao longo do dia, me perguntava se as minhas lágrimas não eram exagero. Afinal, são quase 4 mil quilômetros separam Fortaleza de Chapecó, mas tudo era muito próximo. Não tinha nenhuma ligação com as vítimas do acidente, mas era como se fosse gente lá do Aracati.
De todo o elenco da Chapecoense, apenas três sobreviventes, dos jornalistas, apenas Rafael Henzel e dois tripulantes. 71 famílias sentiram a dor da perda. Eu também senti. Como também senti o carinho do povo colombiano, que fez um acalento a quem se sensibilizou.
2016 foi um ano especialmente difícil para mim. A vida que sempre foi generosa talvez quis me testar um pouco. Primeiro, foi papai. Depois, Carlos Fred... depois o acidente da Chapecoense.
Um ano se passou, os gritos de “Chape, Chape” voltaram a ecoar nos vestiários da Arena Conda. Desta vez, em comemoração pela permanência na série A, do Brasileiro. Henzel continua narrando os feitos da Chapecoense. Alan Ruschel voltou a jogar. Neto está se preparando para retornar aos jogos ano que vem. Jackson Follman se adaptou à prótese e hoje é comentarista.
Ao final daquele 29 de novembro, ninei Ângela e Júlia até adormecerem. Elas não entenderam nada daquilo que havia ocorrido, mas foram elas que me fizeram seguir.
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