O professor Djacyr Silva de Souza escreveu hoje no jornal O Estado um artigo sobre o que ele considera problemas estruturais no atual rádio cearense e que leva o ouvinte a se sentir descriminado. Com a permissão dele compilamos o texto abaixo:
Há uma grande parte de pessoas do mundo do rádio que odeia críticas, não quer questionamentos, não aceita observações sobre alguns problemas deste meio de comunicação e naturalmente acha normal que o rádio AM esteja definhando em função de uma proposta de transferência para o FM. Mas seria salutar esconder esta situação para baixo do tapete e deixar que nosso rádio informativo , participativo e interativa sucumba diante de um modelo de rádio essencialmente musical que vai aprofundar a alienação e a desmobilização da sociedade? Vemos com tristeza o rádio se destruindo com o arrendamento onde os locutores perdem seu local de trabalho para pessoas que ao pagar falam o que querem e provocam espetáculos de verborragias completamente deslocadas do sentido real do rádio.
O rádio cearense está perdendo seu ânimo de informar de dar espaços para a denúncia, a crítica e a participação da comunidade o que faz este meio se tornar um meio amorfo e que não condiz com o princípio real do caráter informativo da comunicação. Apesar de octogenário o rádio é ainda o meio eficaz em termos de informação e mesmo combalido ainda faz parte do cotidiano de milhares de pessoas que estão excluídas das maravilhas da rede mundial de computadores e ainda conseguem ouvir alguma coisa na roça, nas noites de insônia e no caminho do trabalho.
Hoje vemos com tristeza nos bastidores de rádio radialistas e operadores caçoando dos ouvintes chamados exaustivamente de malas apesar de serem os pilares da audiência e terem grande importância para que este meio sobreviva. O rádio cearense tem gestores que mudam programação sem avisar aos ouvintes como se eles não tivessem importância alguma o que faz crer que o rádio não é feito para o ouvinte e sim para interesses que não são deste grupo de pessoas. Apesar de sua situação ainda temos a utilização do rádio por políticos e para os que pretende entrar neste caminho pagando horários para se autopromoverem e garantir notoriedade perante as pessoas.
O rádio é importante sim, mas alguns ainda o desprezam , não compreendem sua importância , não refletem sua a prática de uma emissão verdadeira, interativa e voltada para a melhoria da sociedade. O rádio precisa ser acreditado não só pelos os ouvintes mas pelos locutores , operadores e gestores das emissoras de rádio gerando mais interatividade e mais respeito aos seus usuários.
Francisco Djacyr Silva de Souza
Professor
Professor
Nenhum comentário:
Postar um comentário