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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

NOMES. A morte do cantor tímido Luiz Carlos Magno

Era só subir no palco que Luiz Carlos Magno soltava a voz e abusava dos passinhos. Apesar de cantar um estilo mais brega, seu visual era todo inspirado no roqueiro Elvis Presley -da peruca à roupa. "Tinha até a tremidinha da boca", diz a filha Jennifer.
O mesmo Luiz, porém, mudava ao deixar os holofotes. O nome artístico ficava para trás e devolvia lugar a Luiz Gonzaga do Rego Mangabeira. A timidez aparecia e até a gagueira se manifestava. Ficava vermelho, nervoso a cada pedido de palhinha dos amigos.
Nascido em Recife, foi no Nordeste que sua carreira se consolidou entre os anos de 1960 e 1970, após se arriscar em programas de calouros.
Antes disso, Luiz até tentou um emprego mais comum, como recepcionista da Varig, mas durou apenas um mês.
Decidido a ser cantor, deu o primeiro passo em uma apresentação no "Noite de Black Tie", da TV Jornal. Depois vieram aparições no Chacrinha, shows pelo país e gravação de discos. O primeiro e, talvez, maior sucesso foi a música "Ave Maria Pro Nosso Amor", dos anos 1970.
O último álbum foi lançado nos anos 1990, mas os shows já ficavam escassos após três discos de ouro. "Foi muito difícil. Não aparecia nenhum show e ele não sabia fazer outra coisa", diz Jennifer.
Já no Rio de Janeiro, para onde se mudou no ano de 2004, Luiz vivia reservado, com poucos amigos, recordando a época de sucesso.
Morreu no último dia 25, aos 77 anos, em decorrência de uma gangrena nas pernas após sofrer uma série de AVCs e uma pneumonia. Deixa a ex-mulher, Valéria, sete filhos, 15 netos, um bisneto.

(Registro da Folha de SP)

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