Estamos chegando ao fim-de-semana movidos por uma carga de sentimentos diferentes. Falo, principalmente, em relação à tragédia com a equipe da Chapecoense. No primeiro instante, a perplexidade. A notícia deixou o País impactado. Toda uma geração de jogadores e profissionais da mídia tragada por um acidente que teria, entre suas causas, a falha humana de quem não soube calcular a programação de voo. Na verdade, uma daquelas desculpas esfarrapadas que a gente costuma achar, diante da inexplicabilidade do fenômeno da morte.
Depois, a informação de sobreviventes. Especialistas consideram um milagre diante dos destroços. A dor do povo de Chapecó tomou o tamanho do Brasil. Que nada, ganhou as proporções do mundo, já que a notícia foi a mais veiculada da semana em todo o Planeta. Entre os destaques, informes de pessoas que estavam para embarcar e, por um motivo ou outro, acabaram não viajando. Uma delas, só não o fez por ter esquecido o passaporte. Ou esquecimento bendito!
Nas redes sociais, as mensagens de conforto e solidariedade foram uma espécie de bálsamo, tentando aplacar a dor das feridas que o desastre abriu na alma brasileira. Principalmente de quem é fã do futebol brasileiro e tinha encanto por uma equipe de uma cidade pequena que, pelo talento e pelo trabalho desenvolvido, chegou a desbancar grandes times.
Ao mesmo tempo em que se discutia a questão da segurança dos vôos aéreos e avaliava-se as questões ligadas a finitude humana, enquanto matéria. Mas o que mais chamou a atenção foi a tocante solidariedade que essa perda despertou em muitos. Gente que nunca conheceu nenhuma das vítimas, tomou para si essa dor como se fosse um membro da família. A demonstração do povo colombiano, indo a campo no dia em que estava marcada a partida, e promovendo uma verdadeira demonstração de afeto, só revela o quanto a humanidade ainda consegue revelar da grandeza que somos em momentos assim. Essa semana termina com uma grande descoberta: é a de que nem tudo está perdido. A humanidade ainda em jeito. Ela é solidária por natureza. Quem sabe, um dia, ela aprenda a não ser apenas em dias de lágrimas e dor.
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