Otaviano Costa entrou na Globo pela porta dos fundos. Em 1997, o ator cuiabano foi contratado para atuar em pegadinhas do "Domingão do Faustão" –em uma delas, era o churrasqueiro que aprontava com pedestres inocentes, que queriam apenas comprar espetinhos, mas acabavam tomando gelo seco na cara.
Duas décadas depois, aos 42 anos, Otaviano é hoje um dos nomes mais rentáveis da emissora dos Marinho.
Apresenta diariamente o "Vídeo Show" ao lado de Monica Iozzi, que deve se despedir da atração na próxima semana, e compõe a bancada de comentaristas do "Amor & Sexo", de Fernanda Lima, aos sábados. Fora o que ganha com merchandising, o ordenado do global chega a R$ 120 mil mensais, segundo fontes da emissora.
Contratar Ota, como ele é chamado no ar por Iozzi, para mestre de cerimônias pode custar R$ 80 mil, e uma campanha publicitária, diz o mercado, sai por R$ 1,6 milhão. Ele também ganha holofotes dos paparazzi quando é clicado com a mulher, a atriz Flávia Alessandra, no ar na novela "Êta Mundo Bom!".
Mas falar do momento atual como "auge" para o apresentador seria uma "sacanagem com 1999". "Era meu auge, também", pondera.
Naquele ano, Otaviano se viu em uma posição muito parecida com a de sua futura colega de "Vídeo Show" (até a conclusão desta edição, o páreo para substituir Iozzi estava entre Júlia Rabello e Letícia Lima, ambas com passagens pelo "Porta dos Fundos", além de Mariana Santos e Maíra Charken).
Foi escalado para substituir Luciano Huck, quando este trocou o "Programa H", exibido pela Band todas as noites, pela Globo. A atração mudou de nome para "O+".
Otaviano entrava ali para o imaginário adolescente dos anos 1990: entrevistou os ídolos da época –de Vinny aos Hanson e Christina Aguilera–, falou semanalmente de sexo oral e poligamia com um psicólogo e dividiu a cena com a curvilínea Feiticeira, musa daquela década.
"O Luciano era um puta nome, e o programa tinha pilares que a gente não podia mexer. No 'Vídeo Show' também, independente de quem for escolhida [como sua dupla], continuará sendo apresentado com bancada."
Bancada que, aliás, vai exigir jogo de cintura com as críticas para quem passar a dividi-la com Otaviano.
Desde que ele e Iozzi estrearam no "Vídeo Show", em abril de 2015, a audiência se consolidou em 13 pontos no país, ou 3,1 milhões de lares na medição do Ibope. Os dois ganharam a internet –que criou o adjetivo "Monota", mistura de Monica com Ota, para a dupla– ao dar espontaneidade à atração, driblando o roteiro com piadas que surgem no intervalo ou quando assistem às reportagens.
Como na última quarta (3), em que se estapearam (de brincadeira) ao vivo, zoando com a briga entre o eliminado Laércio e Ana Paula no "BBB".
Combinaram a gozação minutos antes de entrar no ar. "A gente age ali como o telespectador. Propus à Mônica: 'Não vamos ver as matérias antes de ir para o ar'. Ela comprou", conta ele, que também emplacou imitações de figurões da concorrência: Nelson Rubens, Silvio Santos e Gil Gomes.
Combinaram a gozação minutos antes de entrar no ar. "A gente age ali como o telespectador. Propus à Mônica: 'Não vamos ver as matérias antes de ir para o ar'. Ela comprou", conta ele, que também emplacou imitações de figurões da concorrência: Nelson Rubens, Silvio Santos e Gil Gomes.
Melhor dizendo: acabou extravasando a convivência dos anos em todas as emissoras por que passou. Dos principais canais da TV aberta, só não trabalhou na Manchete/Rede TV! e na Cultura.
Egresso do rádio –varou madrugadas no ar pela Jovem Pan, em São Paulo–, ele estreou no SBT em 1990, na "Escolinha do Golias". Foi VJ da MTV no ano seguinte e voltou ao SBT em 1994, para a "Casa da Angélica", mesmo ano em que passou pela Gazeta com Rodrigo Faro.
Depois do "O+", em 2001, Otaviano ainda trabalhou na Record, em programas como o juvenil "Domínio Público" e em novelas. Algo que também faria na Globo: esteve em "Caras e Bocas" (2008) e "Morde e Assopra" (2001).
Ô LOCO, MEU
Do "Domingão", Otaviano saiu pela porta da frente para a Band. Caiu no gosto de Faustão, que o indicou aos Saad para substituir Huck.
Além de repórter do dominical, Ota esquentava o auditório para Fausto Silva, enquanto ele se aprontava no camarim. "Contava o que ia ter no programa. Imaginava que as câmeras estavam todas ligadas, pensava: se ficar aqui animando, exercito não só meu lado apresentador, como posso chamar a atenção da suíte [de edição]." Conseguiu.
NA TV
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