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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

TV. Silvio Santos e Edir Macedo estão unidos comercialmente


Quando eu vi Silvio Santos e Edir Macedo 'empareados', como se diz no Ceará, pensei com meus botões: "aí tem negócio!". Não deu outra. Silvio e Edir se tornam sócios de uma emissora de tv. Eu até cheguei a comentar no estúdio da Jang da possibilidade de o 'homem do baú' estar negociando a venda de sua rede, mas não. Eram outras as intenções que a gente conta agora na redação do Daniel Castro: 

Imagina Silvio Santos e Edir Macedo sócios? Pois essa união improvável já está acontecendo. Record, SBT e RedeTV! estão criando uma empresa para negociar a venda de seus sinais para a TV por assinatura. Inicialmente, a nova empresa terá a missão de cobrar das operadoras pelo carregamento dos canais digitais das três redes rivais. Futuramente, a companhia poderá lançar canais exclusivos para a TV paga, virando uma programadora tal qual a Globosat, a Turner e a Discovery Communications.
Chamada de Newco, a empresa ainda não saiu do papel, mas já gera controvérsia. No mês passado, Record, SBT e RedeTV! comunicaram ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão do governo federal que aprova as fusões de grandes companhias, a formação da joint venture (associação entre diferentes empresas em uma nova empresa).
As três redes pediram ao Cade a aprovação da sociedade em rito sumário, mais rápida, sem a análise aprofundada de seu impacto no mercado. Mas a ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) e a operadora Sky já apresentaram ao órgão contestações, pedindo que o processo siga em rito ordinário, e a joint venture agora poderá levar anos para ser aprovada. Um dos principais argumentos da ABTA e da Sky é o de que a associação das três redes poderá acarretar no aumento dos preços das mensalidades de TV por assinatura.
Record, SBT e RedeTV! avaliam que, juntas, terão mais força para cobrar das operadoras de TV paga, como Sky, Net e Oi, pelos seus sinais digitais. Atualmente, elas cedem de graça seus canais. Acham isso injusto, porque são responsáveis por cerca de 20% da audiência no cabo e no DTH (TV paga via satélite). Além disso, as operadoras já pagam pelo sinal de alta definição da Globo.
Diferentemente do sinal analógico, o sinal digital não é obrigatório nas empresas de TV por assinatura e pode ser cobrado no cabo e no DTH. As redes abertas terão maior poder de barganha quando ocorrer o apagão analógico e só existirem sinais digitais. Como ocorreu nos Estados Unidos, Record, SBT e RedeTV! não descartam a possibilidade de cortarem seus sinais das operadoras caso elas não aceitem pagar.
As três redes terão partes iguais na nova empresa, mas a remuneração será de acordo com o valor de cada uma delas estipulado pelas operadoras. A sociedade será formalmente entre as pessoas jurídicas (Record, SBT e TV Ômega).

'Fusão' aumentará preço da assinatura de TV paga, diz associação
No Cade, as três redes argumentaram que a criação da nova empresa não acarretará uma "sobreposição horizontal" no mercado, pois atuam em um mercado distinto do da Newco. São empresas de radiodifusão, que vivem de publicidade, enquanto a nova empresa atuará no segmento de TV paga, com remuneração por assinantes. A joint venture teria uma "sobreposição horizontal" se fosse pela criação de uma nova rede aberta.
SBT, Record e RedeTV! afirmaram também ao Cade que o acordo de cotistas da Newco "proíbe a discussão, combinação direta ou indireta, ou mesmo a formação do preço dos produtos desenvolvidos a serem ofertados às operadoras".
Em petição ao Cade, a ABTA discorda dos argumentos e desconfia do acordo do de cotistas. Diz que a associação das três redes "potencialmente resultará em prejuízos à concorrência em diversos mercados".
Para a ABTA, nada impedirá que as três redes conheçam os preços pagos pelas operadoras a cada uma delas e que tirem vantagem disso, negociando a venda conjunta de seus sinais, já que as negociações serão feitas por uma mesma empresa.
"Destaca-se que a principal preocupação decorre da possibilidade de as requerentes [Record, SBT e RedeTV!] cobrarem preços substancialmente altos para o licenciamento de seus canais, afetando não apenas as operadoras de TV por assinatura, mas seus assinantes, que são os consumidores finais", argumenta a associação.
"Assim, um dos possíveis impactos negativos decorrentes da negociação conjunta do licenciamento dos canais das requerentes é o provável aumento dos valores dos pacotes de assinatura de TV por assinatura, decorrentes da cobrança de preços elevados, o que poderá resultar na falta de acesso de potenciais assinantes das classes C e D a esse produto", disse a ABTA ao Cade. 
Para a entidade, a associação de Record, SBT e RedeTV! também poderá ter impacto no mercado publicitário. Suspeita que poderão usar o "licenciamento conjunto de seus canais como forma de barganha para negociação dos valores de comercialização dos conteúdos publicitários", exigindo um valor maior para seus intervalos comerciais.
Por questões legais, as três emissoras não podem se manifestar oficialmente à imprensa durante a tramitação do processo de criação da joint venture no Cade.
(Daniel Castro)

Um comentário:

Anônimo disse...

Os dois falam a mesma linguagem financeira, são adeptos da política do "Topa Tudo por Dinheiro ".