Ariano se foi.
Deixou aberta a porta
para que outros homens de letras,
falem de sua gente
com o acentuado encanto como ele descreveu.
Seus tipos nordestinos, nordestinados
em sagas de armorial sentido e feições universais.
Ariano é um desses luminares
que o ventre da mãe-Cultura expele,
de quando em quando -
quando se faz preciso vir à Terra, um gênio.
E acrescido dos ingredientes regionais,
ele vai raspando do tacho desse caldeirão,
o caldo de personas
e personagens
como o fascinante João Grilo,
do Auto da Compadecida.
Ariano se foi.
Nós temos mais é que agradecer
a divina providência, oxalá quem seja,
a passagem dele
por esse fim-demundo terreno,
onde ainda bestializamos
nossas ilusões de poder,
quando um homem como Suassuna
revela com simplicidade que o poder
é o que cria o novo do já antigo
e renova o velho do que há de mais novo.
Ariano é daqueles que transformam
sinais gráficos em luzes
e sai derramando por entre as vistas de todos nós, seus leitores.
Ele consegue transformar
o que é singelo em singular.
O que é belo em magnífico.
E assim, a vida se farta de luz.
e a luz de seu brilho eternizada fica.
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