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Durante toda a década de 1960, mesmo diante do estrelato de atrizes como Odete Lara e Isabella, Norma manteve o primeiro lugar como rosto mais bonito (e presença mais enigmática) do cinema nacional, sendo exaltada em críticas europeias nos "Cahiers du cinéma", a bíblia da intelectualidade francesa. Com o tempo, a opção por papéis mais sofridos, sempre às raias do trágico, como a mãe de família Felicidade, de "Mar de Rosas" (1977), aproximou Norma das grandes musas do celuloide europeu. Para Glauber Rocha, ela era o símbolo da "força telúrica do útero da mulher brasileira".
Mas Norma, nutrida por toda a sua experiência acumulada como intérprete, resolveu se arriscar pela direção no fim da década de 1980. Nascida em 21 de setembro de 1935, ela virou cineasta ao filmar os bastidores da Semana de Arte Moderna de 1922 em "Eternamente Pagu" (1987). Dez anos depois, arriscou-se pelo Romantismo indigenista de José de Alencar ao filmar "O guarani", com Marcio Garcia e Tatiana Issa, que lhe rendeu uma série de acusações de prestações de contas irregulares e mau uso de verbas públicas. Ela dirigiria ainda o documentário "Infinitamente Guiomar Novais" (2003), mas já sob a patrulha da classe cinematográfica, que acabou rejeitando a diva de outrora.
Norma era uma das raras atrizes brasileiras que chegaram a uma grande popularidade mesmo com escassas participações na televisão. Em 1981, a atriz fez a novela "Os adolescentes", de Ivani Ribeiro, na Bandeirantes. Logo em seguida, na mesma emissora, participou de um enorme sucesso: foi Nena em "Os imigrantes", de Benedito Ruy Barbosa. Em 1983, foi para a TV Globo fazer a minissérie "Partido alto", de Braulio Pedroso (1984). Em 1989, a atriz voltaria aos folhetins em "O sexo dos anjos", trama também de Ivani. Mais recentemente, em 2006, a diva fez "Alta estação", uma novela juvenil da Rede Record. Entre 2008 e 2009, ela fez rir na série de humor "Toma lá, dá cá", da Globo, como Deise Coturno.
A morte de Norma Bengell é o capítulo final de uma história de sucesso da brasileira que estourou no cinema desde "O Homem do Sputinik" ao lado de Oscarito e Grande Othelo e bombou em "Os Cafajestes". Nesse filme, a carioca fez a primeira cena de nu frontal do cinema brasileiro. Ela faleceu no Rio, em consequência de câncer no pulmão.
Celebrizada na tela grande a partir de um polêmico nu frontal, o
primeiro do cinema brasileiro, em "Os cafajestes" (1962), Norma
Aparecida Almeida Pinto Guimarães D´Áurea Bengell conseguiu ir muito
além de sua beleza - e mais além ainda das experiências estéticas do
Cinema Novo - aos longo de seus 50 anos dedicados ao audiovisual.
Começou a atuar pela chanchada mais bem-sucedida da história do mercado
exibidor nacional, "O homem do Sputinik" (1959). Ali, sob a batuta de
Carlos Manga, seus olhos gulosos e a voz aveludada seduziram Oscarito,
seu parceiro de cena, e uma multidão de pagantes (estimada em oito
milhões e meio). Depois dela, Norma passou pelas mãos de realizadores
autorais como Walter Hugo Khouri ("Noite vazia"), Julio Bressane ("O
anjo nasceu"), Paulo Cézar Saraceni ("A casa assassinada"), Glauber
Rocha ("A idade da Terra") e Ruy Guerra, que tirou sua roupa para o
prazer do "cafajeste" Jece Valadão e de uma multidão de 2 milhões de
pagantes, e voltaria a escalar a atriz para seu mítico "Os deuses e os
mortos" (1970), aclamado no Festival de Berlim.Durante toda a década de 1960, mesmo diante do estrelato de atrizes como Odete Lara e Isabella, Norma manteve o primeiro lugar como rosto mais bonito (e presença mais enigmática) do cinema nacional, sendo exaltada em críticas europeias nos "Cahiers du cinéma", a bíblia da intelectualidade francesa. Com o tempo, a opção por papéis mais sofridos, sempre às raias do trágico, como a mãe de família Felicidade, de "Mar de Rosas" (1977), aproximou Norma das grandes musas do celuloide europeu. Para Glauber Rocha, ela era o símbolo da "força telúrica do útero da mulher brasileira".
Mas Norma, nutrida por toda a sua experiência acumulada como intérprete, resolveu se arriscar pela direção no fim da década de 1980. Nascida em 21 de setembro de 1935, ela virou cineasta ao filmar os bastidores da Semana de Arte Moderna de 1922 em "Eternamente Pagu" (1987). Dez anos depois, arriscou-se pelo Romantismo indigenista de José de Alencar ao filmar "O guarani", com Marcio Garcia e Tatiana Issa, que lhe rendeu uma série de acusações de prestações de contas irregulares e mau uso de verbas públicas. Ela dirigiria ainda o documentário "Infinitamente Guiomar Novais" (2003), mas já sob a patrulha da classe cinematográfica, que acabou rejeitando a diva de outrora.
Norma era uma das raras atrizes brasileiras que chegaram a uma grande popularidade mesmo com escassas participações na televisão. Em 1981, a atriz fez a novela "Os adolescentes", de Ivani Ribeiro, na Bandeirantes. Logo em seguida, na mesma emissora, participou de um enorme sucesso: foi Nena em "Os imigrantes", de Benedito Ruy Barbosa. Em 1983, foi para a TV Globo fazer a minissérie "Partido alto", de Braulio Pedroso (1984). Em 1989, a atriz voltaria aos folhetins em "O sexo dos anjos", trama também de Ivani. Mais recentemente, em 2006, a diva fez "Alta estação", uma novela juvenil da Rede Record. Entre 2008 e 2009, ela fez rir na série de humor "Toma lá, dá cá", da Globo, como Deise Coturno.
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