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Boa lembrança faz o Diário do Comércio, de São Paulo, ao lembrar em sua edição de hoje, o grande mestre da fotografia, Chico Albuquerque, um dos grandes nomes do foto jornalismo brasileiro. Na época em que atuei na redação de O Povo, ele era o chefe do departamento fotográfico do matutino cearense.
A comunicação e as artes visuais no Brasil passaram por uma verdadeira
revolução nas décadas de 1940 e 1950. Na comunicação, surgia a revista O Cruzeiro,
dos Diários Associados, que dedicava um bom espaço ao fotojornalismo.
No campo das artes, São Paulo e Rio de Janeiro ganharam espaços
importantes, como os Museus de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) e do
Rio de Janeiro (MAM-RJ), ambos em 1948, além da criação do Museu de Arte
de São Paulo (Masp), em 1947.
Já na área da publicidade e propaganda houve no período uma intensa
profissionalização da mídia impressa, capitaneada pela criação da Escola
de Propaganda, em 1951. Nesse caldeirão de novidades ainda podemos
citar a Bienal Internacional de Artes, em 1951, e o Salão Internacional
de Arte Fotográfica de São Paulo, em 1944.
O fotógrafo cearense Chico Albuquerque (1917-2000) surfou bem por várias
dessas áreas. Na sua terra natal, fotografou a beleza da paisagem
nordestina e fez várias fotos de família no estúdio fotográfico da
família, em Fortaleza. Mas foi na publicidade e propaganda que ele teve o
seu maior reconhecimento, a partir de 1945, quando se transferiu para
São Paulo. Assim que abriu seu estúdio, na Avenida Rebouças, passou a
trabalhar junto às grandes agências de publicidade nacionais e
estrangeiras, como J.W.Thompson, Mc Cann, Alcântara Machado, entre
outras.
Considerado o melhor fotógrafo de estúdio da época, seu extenso portfólio pode ser conferido no álbum O Estúdio Fotográfico-Chico Albuquerque
(Instituto Moreira Salles, 125 páginas), que pinça fotografias feitas
pelo fotógrafo ao longo da sua carreira em meio ao acervo de 60 mil
imagens de Albuquerque, atualmente preservadas pelo IMS em convênio com o
Museu da Imagem e do Som (MIS).
Graças ao seu talento e profissionalismo, sua excelência na arte de
fotografar o levaria a fazer a melhor transição possível naquele momento
em que a publicidade brasileira incorporava a fotografia. Em 1949,
realizou a primeira campanha brasileira ilustrada com fotografia para a
Johnson & Johnson, assinada pela agência J.W.Thompson.
Paralelo às propagandas, Chico Albuquerque também se notabilizou por
fotografar pessoas e paisagens. Alguns de seus cliques imortalizaram
belas paisagens paulistanas, algumas delas em ângulos e com uma riqueza
de detalhes que tornaram as fotos verdadeiras obras de arte.
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