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Artigo do mestre Júlio Hungria, hoje no Blue Bus, indaga se 'Jornalismo-Ação é Jornalismo?'. Resolvi compilá-lo aqui para análise do pessoal que torce o nariz para o trabalho desse tipo de reportagem.
A surpreendente ‘virada’ da Globo News no sabado, descendo do
helicoptero para o chao da rua – com cameras na mao, a principio, sem
ediçao – formalmente seguia os parametros das transmissoes ninjas, 1
passo esperado e já adotado pela Folha no meio de agosto
De todo modo, e nao é seu atributo, faltou na TV o calor do
engajamento – a grd midia nao propoe o Jornalismo-Açao, opinativo e
aberto a debater opinioes diversas – que ainda uma vez, neste sabado,
permeou toda a cobertura da Midia NINJA, em Sao Paulo, no Rio ou em
Brasilia.
Jornalismo-Açao ou Jornalismo?
Na verdade, fica dificil narrar sem se envolver as cenas de
atropelamentos assassinos, como o de 1 carro da PM que “segurou” 1 jovem
sobre o capô até descartar o incomodo passageiro numa curva brusca –
quando conseguiu atirar o corpo no chao. Afinal, a policia nao é – ou
nao deveria ser – 1 grupo arruaceiro de rua. Nem o reporter da Globo
News, que exibiu as imagens de tarde, repetidas mais tarde, no
telejornal, conseguiu ser absolutamente isento diante de tamanha
barbaridade.
“A verdade é que a Polícia Militar brasileira jamais foi qualificada
para lidar com manifestaçoes populares e protestos de rua” – pontua o
jornalista Antonio Brasil, professor e pesquisadoe na UFSC, em longo
artigo no Observatorio semana passada – em que resgata uma noticia de extrema violência da PM carioca contra uma estudante indefesa na noite do dia 27/8 – ele falava antes em seu texto em Hannah Arendt e no Tropa de Elite veja aqui.
“Nao estamos preparados para enfrentar a realidade e suas mudanças
mais urgentes. Vivemos em uma espécie de ficçao ou ‘cinema’ de uma
realidade que insiste em nos surpreender e incomodar” – diz.
Ele opina que “a polícia, a sociedade e o jornalismo brasileiros nao
estao preparados para lidar com manifestaçoes, protestos e ‘seres
humanos’… – As imagens da jovem carioca sendo brutalmente espancada nos
chocam porque elas remetem à facilidade ou ‘banalidade’ com que
policiais ou pessoas comuns cometem ‘maldades’…”.
E define a impossibilidade hoje de “todos permanecem indiferentes ao
mundo”. Comentando as cenas de jornalimo explicito daquela noite (27/8)
na Lapa, no Rio – “Quando um jovem jornalista portando sua câmera
conectada à internet decide nos mostrar a violência policial sem cortes e
ediçoes, quando ele grita palavroes ao vivo pela rede, ficamos
chocados. Mas nao fazemos nada. Talvez valesse a pena pensar que o
igualmente jovem jornalista ninja que mostrou e gritou contra a
violência cometida pelos policiais contra a sua colega cineasta tenha
com isso atraído para si as agressoes. Ele talvez tenha evitado a morte
de mais um ser humano ou ‘Amarildo’…”.
Verifica – “Talvez tenha sido exatamente essa “açao” do jornalista
que evitou o mal ainda maior. Chamam isso de Jornalismo-Açao. Prefiro
dizer que é Jornalismo” – veja o video do dia 27.
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