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A Justiça de Sergipe condenou um jornalista à
prisão pela publicação, em um site, de texto em estilo literário com
supostas críticas ao governador e a um desembargador. A pena de sete
meses e 16 dias a José Cristian Góes foi convertida em prestação de
serviços comunitários. Cabe recurso.
A ação por crime de injúria foi movida pelo desembargador Edson Ulisses
de Melo, cunhado do governador Marcelo Déda (PT). O texto, intitulado
"Eu, o coronel em mim", foi publicado em maio de 2012 no site "Infonet",
e não menciona nomes.
O trecho que motivou o processo diz: "Dia desses fui contrariado porque
alguns fizeram greve e invadiram uma parte da cozinha de uma das Casas
Grande [sic]. Dizem que greve faz parte da democracia e eu teria que
aceitar. Aceitar coisa nenhuma. Chamei um jagunço das leis, não por
coincidência marido de minha irmã, e dei um pé na bunda desse povo".
Para o desembargador, a expressão "jagunço das leis" o ofendeu. O
governador não se queixou formalmente. O juiz Luiz Portela, que assina a
sentença, disse ser "claro o direcionamento do texto à vítima".
O jornalista disse que irá recorrer e que escreveu imaginando "um
desabafo de um coronel de tempos antigos, que não aceita a democracia", e
que nem mencionou Sergipe.
O desembargador não quis comentar o caso. Ele também move ação cível
contra Góes. O Tribunal de Justiça disse que um recurso será julgado por
três juízes, não havendo possibilidade de o próprio Melo julgá-lo.
(Folha de SP)
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