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sexta-feira, 14 de junho de 2013

SEGURANÇA. A classe média pede socorro

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Os jornais da cidade destacam  o protesto 'Fortaleza Apavorada'. Tudo transcorreu na maior tranquilidade. O temor que as autoridades tinham, de atos provocadores ou de vandalismo, não aconteceram, o que mostra maturidade dos manifestantes. Aliás, o movimento encetado por quatro mulheres da classe média, mostra que a insatisfação com a área de segurança deixou de ser questão da periferia e chega à classe média. 

Agora com relação a esse temor das autoridades em relação aos protestos, é bom que se leia o artigo de Hélio Schwartsman, onde ele lembra que a "democracia precisa aprender a conviver com manifestações"
Hélio Schwartsman
Protestos em série
 
SÃO PAULO - É verdade que essas manifestações contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo conturbam a cidade. Vou um pouco mais longe e afirmo que há algo de egoísta nos protestos, já que impingem a todos as reverberações de uma agenda que não é consensual.
Uma sociedade democrática, entretanto, precisa aprender a conviver com esse tipo de contratempo. A alternativa, que é impedir a realização de atos públicos ou de condicioná-los ao beneplácito das autoridades, me parece incomensuravelmente pior.
E a Constituição (art. 5º, XVI) assegura que todos podem reunir-se sem armas em locais abertos ao público independentemente de autorização. Alguém poderia argumentar que o constituinte exagerou, já que o dispositivo permite a pequenas minorias impor grandes aborrecimentos à maioria, mas agora Inês é morta. Em 1988, após mais de 20 anos de ditadura, consagrar a liberdade de reunião era a coisa certa a fazer.
É claro que não existem direitos absolutos. Se é líquido e certo que cidadãos podem protestar, também é fato que a propriedade, pública ou privada, precisa ser preservada. Um manifestante tem o direito de resistir a agressões policiais que considere injustas. Isso pode até envolver socos e pontapés, mas é difícil perceber como o legítimo exercício da autodefesa passe por queimar ônibus e destruir vitrines. Não há o que objetar na intenção do governador Geraldo Alckmin de identificar os responsáveis por tais atos e de processá-los.
Mesmo rejeitando os exageros e os atos de vandalismo, deve-se reconhecer que protestos por vezes tonificam a democracia. E, para que funcionem assim, é preciso garantir que movimentos reivindicatórios possam ter lugar sem julgar o que os motiva. Não dá para criar uma lei que permita manifestações como as das praças Taksim e Tahrir, mas não as da avenida Paulista, só porque combater a tirania é uma causa mais nobre do que demandar subsídios.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não vi nada no Diário.... como assim "os jornais"? Eles esconderam o assunto e omitiram na capa!

djacyrsouza disse...

o que dói é que estes protestos ocorrem , se perpetuam e nada!!Muitos que aí estão geralmente querem apenas mídia. Que tal agir na raiz do problema? Convidem estes que aí estão para um trabalho nas escolas públicas que garanto que não irão alegarão tempo e outras coisas mais...Não adianta falar em fim da violência se não se der educação de qualidade ao povo. e educação não é apenas conteúdo...