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O argentino Bergoglio, até ontem cardeal, torna-se papa Francisco. Nunca um papa acumulou sobre si tantos 'da primeira vez'. É o primeiro jesuíta a chegar à cátedra de Pedro. Primeiro latino-americano. O primeiro a aparecer só de branco. O primeiro papa com um só pulmão. O primeiro que, quando cardeal, beijava os oés dos doentes de Aids. E, primeira vez que alguém elege o nome do santo mais popular para identificar-se como Papa.
A primeira coisa que ouvi de alguém que assistiu a sua aparição na janela foi: "ele tem cara de papa" - o que faltou ao emérito Ratizinger, que foi Bento XVI até o dia 28 de fevereiro.
Por ser da Argentina, com quem temos a eterna rivalidade no esporte, o anúncio soou como o fim de campeonato mundial levado pelos argentinos. Nas redes sociais, virou piada. "Quem tem Boca Juniores, vai à Roma". "Foi a mão de Maradona, el dios".
Em compensação temos a nosso favor aquela velha desculpa: "Eles têm o Papa, nós temos Deus. Afinal, Ele não é brasileiro?". Ou ainda, a melhor, cunhada pelo próprio pontífice: "Venho do fim do mundo". O papa está coberto de razão: a Argentina é, realmente, o fim de mundo".
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