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sábado, 12 de maio de 2012

MÍDIA. A morte em discussão na UFC

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A morte é ainda um tabu na sociedade moderna. E o desconhecimento que se tem da vida depois da vida é gritante. Na UFC, o VII Seminário 'Perdas, Luto e Separação', encerrado hoje, tentou orientar estudantes de Medicina, Enfermagem, Psicologia e Serviço Social para a necessidade de se inteirar sobre esse fenômeno. Participei como palestrante, discutindo o tema "Morte e Mídia", a convite da organizadora, professora Angela Maria Alves de Souza, no auditório do Hospital do Câncer. 

Abordamos na ocasião, a presença da morte na mídia como um todo, muito embora, fizessemos questão de lembrar aos participantes a necessidade de avançar no tempo e investir no conhecimento socratiano de que a morte é passagem. A vida é contínua e plena. Infelizmente, a sociedade humana prepara-se para tudo, menos para essa transição.

Quando marcamos uma viagem para qualquer lugar, buscamos todo tipo de informação sobre o local, cultura, figurino adequado à temperatura. Buscamos mapas e desejamos conhecer de tudo para não ficarmos alheios à realidade do destino. Com a vida espiritual, isso não ocorre. As religiões conservadoras fazem questão de pregar a mesma coisa da Idade Média, onde as divergências entre católicos romanos e protestantes luteranos deram origem à cultura do medo. E morrer para muitos se tornou algo aterrorizante. 

Os que vão atuar na área da saúde, certamente, precisam estar informados sobre o enfrentamento que irão ter com pacientes e com familiares desses quando se der a mudança. Médicos intensivistas, enfermeiros que cuidam de doentes terminais, mais do que nunca precisam ter,  pelo menos, noções de que a morte é uma fase de mudança. Perde-se a casca, mas o invólucro continua ainda que em dimensão onde o nosso olhar não consegue circunscrever. 

Considero a realização do encontro do grupo Plus-Projeto Integrado de Pesquisa e Extensão em Perda, Luto e Separação, da Universidade Federal do Ceará, um instrumento de importância enorme para a conscientização de profissionais que vão exercer a defesa da vida. E, quando ela não for mais possível, terem auto-controle para evitar que a passagem seja compreendida com o fim de tudo. 

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