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quarta-feira, 7 de março de 2012

BBB. O discurso de Bial ontem no paredão

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"Leila Diniz – uma mulher que jamais queimaria um sutiã em bom estado, e que sem fazer discurso feminista, só por seu comportamento livre, sem amarras, representou uma revolução no caminho da emancipação da mulher brasileira. Foi Leila Diniz quem disse numa célebre entrevista ao Pasquim que 'cafuné... Eu quero até de macaco...'.

Dizendo isso, Leila Diniz quebrava um silêncio ancestral acerca do afeto da mulher, não falo nem do desejo. Leila estava muito além de onde estamos hoje. Hoje, falamos sem nenhum pudor sobre sexo, e nos calamos, mudos de vergonha, ao falar de amor. Não é preciso saber sexo, o sexo nos sabe. O amor, quem sabe.

O amor anda desmoralizado, e sua expressão mais visível e desesperada, a fome do amor, não é necessariamente fotogênica, atrapalha os negócios e o bom andamento das convenções sociais. Amor, essa invenção romântica que pegou carona na popularidade do imperativo biológico. Depois de amanhã, é o Dia Internacional da Mulher, um marco de tudo o que aconteceu nos últimos cem anos, transformando a condição feminina, remoldando corpo, cara e gesto da mulher, de maneira irreconhecível.

Primeiro, o feminismo quis a mulher igual ao homem. Posto que não são iguais homens e mulheres, busca o feminismo agora a aceitação da diferença da mulher e também a aceitação de sua igual capacidade frente ao homem. Toda a transformação da função social da mulher, por exigência do próprio bom funcionamento e aperfeiçoamento do sistema produtivo, a ruptura com milênios de misoginia (ódio às mulheres), patriarcado (todo poder aos homens), tudo isso ainda é recente demais.

Nem sequer os sintomas foram debelados, vencidos. A mulher ainda é a mulher do mundo. E nós sabemos, não é, bonecas? O machismo ainda viceja, floresce... Entre as mulheres...

Vem, você merece passar o Dia Internacional da Mulher em liberdade, fora daí. Minha princesa, Renatchjenha."

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