Saiu pela Versátil a versão restaurada de 'O Cangaceiro', de Lima Barreto, uma das obras primas do cinema brasileiro da época da Vera Cruz. Eu não o conhecia e fiquei fascinado com o filme, estrelado pelo Alberto Ruschel, Milton Ribeiro, Marisa Prado e Vanja Orico, com diálogos da cearense Rachel de Queiroz.
Mais do que o filme que representou o Brasil em 1953 em Cannes, 'O Cangaceiro' se tornaria num desses exemplos de filmes que tinham tudo para dar errado e acabou dando certo. O filme projetou o nome do nosso cinema, foi menção especial para a música 'Mulé Rendêra', além de receber o prêmio de Melhor Filme de Aventura na França.
Nesse lançamento da Versátil, a novidade é um DVD com o documentário contando toda a história do filme, entrevistas com o diretor Barreto, Anselmo Duarte, Fernando Meireles e pessoal que participou das filmagens. Há uma história incrível por trás do filme que merece ser assistida junto com o excelente filme de Barreto.
2 comentários:
IPÊS
Amo os ipês. Plantei um ipê na rua, em frente ao meu escritório. Já está com quase 2 metros de altura e já mostrou umas poucas flores amarelas. Mas, como toda árvore, como todo ser vivo, ele quer espaço. Os seus galhos crescem para os lados, para a rua , para a calçada. Mas a calçada é larga. É só desviar deles e desejar – lhes um bom dia. Pois, dias atrás, quatro de seus galhos que se estendiam pela calçada amanheceram quebrados. Fiquei pensando na alma da pessoa que fez aquilo. Que estranho prazer esse de quebrar os galhos de uma árvore mansa! São sentimentos de um torturador. Alguém que tem prazer em quebrar galhos de uma árvore, sem necessidade, terá prazer também de fazer sofrer um animal ou uma pessoa.
Ao sentimento inicial de raiva seguiu – se um outros de profunda piedade: que deserto horrível e seco deve ser sua alma. Sua alma tem medo dos ipês porque nela há desertos. Horrorizamo - nos com os criminosos. Milhares há que gostariam de juntar – se a eles. Se não o fazem é por falta de coragem. Contentam – se em quebrar os galhos de Ipês...
(RUBEM ALVES, QUARTO DE BADULAQUES, Parábola Editorial, 2003)
A versao do cangaceiro que mais amei foi uma com o belissimo e maravilhoso ator cubano Tomas Milian
a mistura de linguas deixa tudo muito mais comico, ora italiano, ora, portugues , espanhou e a belissima musica de Geral Vandre faz o resto. aconselho a quem gosta do genero .
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