Um enfarto matou na noite desta quinta o ator Marcos Plonka, o Samuel Blaustein da Escolinha do Professor Raimundo. Ele tinha 73 anos de idade. E trabalhou em rádio. Além disso chegou a gravar no antigo selo Farroupilha, um disco em ídiche com Tzena Tzena.
Marcos Plonka nasceu em 26 de setembro de 1939, em São Paulo, capital, no bairro de Tatuapé. É de família judia. Seus pais são da Polônia e vieram para o Brasil, logo antes da segunda Guerra Mundial. Aqui foram ser comerciantes e passaram a ser chamados de “turco da prestação”, nome genérico que na época se dava a todos os mascates, a todo vendedor de “porta a porta”. Marcos Plonka, mesmo no tempo da escola, só pensava em fazer rádio, em ser locutor. Tentou, fez teste, mas não conseguiu. O que conseguiu foi um papel no “Teatro da Juventude”, de Tatiana Belinky e Julio Gouveia.
Plonka começou na Televisão Tupi. Com ele estava, desde o começo, o amigo e “quase irmão” Elias Gleiser. Suas famílias vieram juntas da Polônia. Do “Teatro da Juventude”, Plonka passou a participar de todos os tele-teatros da casa. Participou de vários “TVs de Vanguarda”, fazendo papéis sérios. Mas se deu melhor nos “TVs de Comédia”, de Geraldo Vietri. Com ele fez inúmeros trabalhos, tanto na televisão quanto no cinema.
Passou a fazer parte de seu elenco e Vietri tinha ciúme de sua turma. Zangava-se mesmo, quando algum deles participava de outros programas. Mas Plonka, embora adorasse Vietri, trabalhou também muito com Wanda Kosmo, e colaborou na direção do “Grande Teatro Tupi”, sempre na TV Tupi. Fez também muitas novelas, entre as quais: “Nino o italianinho” com muito sucesso.
O humor, porém, estava no sangue de Plonka e ele acabou cedendo e participando apenas de comédias. Da Tupi, das dublagens, dos filmes e dos teatros, por fim a Globo apareceu em sua vida, já quando era um ator experiente. Nessa grande emissora para a qual foi, quando a Tupi foi à falência, Marcos Plonka participou de programas de grande sucesso, como “Planeta dos Homens” , “Balança, mas não cai” , “Os Trapalhões” , ‘Chico Anizio Show”, “Chico City” , “Escolinha do Professor Raimundo”. Nesse programa consagrou o personagem judeu Samuel Blaustein, com alguns bordões conhecidos e repetidos por todo o Brasil, como: “Fazemos qualquer negócio” .
A coisa pegou tanto que Plonka montou um show com o mesmo nome, que apresentou por toda a parte, teatros, convenções, etc. Filmes também Plonka fez muitos, quase sempre ligado a Geraldo Vietri, em verdade, seu grande amigo e incentivador. Por outro lado, porém, Plonka sempre teve atividades paralelas. Não ficou apenas sendo ator. Foi empresário em várias áreas.
Um comentário:
Mas um grande talento que o humor de QUALIDADE perde.
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