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sábado, 26 de fevereiro de 2011
DUDA RANGEL. Decálogo do bom jornalista
I. Tenha dúvidas. Quem consulta um dicionário não escreve “exceção” com SS. Verifique a informação com cuidado antes de publicá-la. Quem acha que sabe tudo só faz merda.
II. Por mais que o tempo seja escasso, isso não é desculpa para se acomodar. Corra atrás de histórias curiosas, personagens novos. Fuja dos clichês, das perguntas óbvias.
III. Seja bem-informado, o que não significa ser metido a intelectual. Cultura geral (a útil e a inútil) é essencial. Leia sobre geopolítica e sobre as rainhas de bateria do carnaval.
IV. Não deixe uma matéria importante morrer. Tenha sempre um desfibrilador jornalístico por perto. Desenterre fatos, faça uma exumação de denúncias que caíram no esquecimento.
V. Resista à tentação de viver apenas para ganhar matérias de capa e prêmios Esso. No fim, vamos todos acabar no mesmo lugar: a fila do seguro-desemprego.
VI. Esqueça essa bobagem de quarto poder. Quando o jornalista se acha muito acima do bem e do mal, perde o contato com a realidade. Saia da bolha e vá para a rua.
VII. Não deixe o medo te bloquear. Arrisque, siga seu faro, pergunte, insista, erre, acerte, mude, não tenha complexo de inferioridade. Nossa profissão não permite remorsos futuros.
VIII. Não confie em tudo o que você escuta de uma fonte. Você pode ser usado como repórter transmissor do vírus do boato. Quando o “furo” é grande, o bom jornalista desconfia.
IX. Viva cada dia de sua carreira jornalística como se fosse o último. Até porque, com tantos cortes de emprego nas redações, ele pode ser o último mesmo.
X. Não acredite 100% em decálogos ou qualquer tipo de cagação de regras, principalmente se criados por jornalistas desempregados e com muito álcool no sangue.
(Texto de Duda Rangel)
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Um comentário:
"Resista à tentação de viver apenas para ganhar matérias de capa e prêmios Esso. No fim, vamos todos acabar no mesmo lugar: a fila do seguro-desemprego." Parece que o Duda escreveu isso destinado à Redação do jornal O Povo...
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