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domingo, 13 de junho de 2010

Jornalismo. O outro lado da cobertura da Copa


Numa Copa do Mundo, ao lado da equipe que cobre o evento propriamente esportivo, é comum os jornais deslocarem repórteres da editoria de comportamento. Com eles, a incumbência de retratar aspectos curiosos do país, do ponto de vista sócio-cultural. O Guardian, jornal inglês, não fugiu à regra.

Na edição deste domingo, o jornal narra o drama dos refugiados africanos que chegam a correr riscos de vida para atravessar a fronteira e chegar a África do Sul, considerada neste momento como a Eldorado de muitos que sonham ganhar dinheiro com o evento.

O diário diz que é grande o número crescente de jovens que colocam suas vidas em perigo para atravessar a fronteira sul-africana, desenhando o sonho de ostentar riqueza.

A reportagem conta a aventura de jovens, como Johnson, de 14 anos de idade, que deixou a sua aldeia no Zimbabwe com um objetivo em mente - chegar a África do Sul para ver a Copa do Mundo. Algumas semanas atrás, ele finalmente chegou, esforçando-se por um buraco na cerca da fronteira de arame farpado. Mas os horrores que ele encontrou em sua viagem - os espancamentos e assaltos por bandos armados, o Limpopo infestado de crocodilos e os gritos das meninas na escuridão da mata - vai ficar com ele para sempre.

"Eu não tinha nada em casa e não havia comida e eu ouvi que ia ter muito trabalho na África do Sul, assim eu decidi vir", diz ele. "A passagem foi muito ruim. Eu estava viajando com outras quatro crianças, mas apenas dois de nós conseguiu atravessar a fronteira."

O drama desses adolescentes está citado no ANTENA PARANÓICA e, claro, na reportagem de Annie Kelly marcada pelo relato dramático de seus personagens. Reais, diga-se de passagem.

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