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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Editorial


A decisão do Supremo com relação ao fim do diploma obrigatório para o exercício da atividade jornalística me leva a muitas interrogações. Uma delas, ao fato de querer saber como vai funcionar o mercado a partir de agora em termos de profissionalização.
Sem exigência do diploma, de que servirão os cursos de formação
que sempre responderam à altura no trabalho de formar gerações para o exercício da atividade? E quantos desses cursos vão resistir, agora que nada representarão judicialmente falando? Mais ainda: que critério um órgão de imprensa vai levar em conta para empregar alguém no setor?

Sabe-se que o curso não cria jornalistas; tampouco, eles nascem feitos. No entanto,
a passagem pelos bancos da faculdade os aprimora, burilando os vocacionados no aprendizado da técnica
que a atividade exige.

Enquanto estiverem na redação, as gerações formadas nessas salas de aula, talvez consigam transferir esse importante aprendizado para aqueles que vão ingressar no mercado. Depois, só o tempo dirá.

Uma outra pertinente indagação é a relacionada aos que irão ocupar os lugares dos formados? Quem serão eles? De onde procedem? Gente da competência exclusiva do patronato? Este, a essa altura do campeonato, deve estar celebrando uma decisão que eu considero errônea, porque implica na possibilidade de ampliá-la para outras atividades que se possa considerar sem necessidade de formação acadêmica.

Posso estar sendo simplista e corporativo no meu ponto de vista, mas tendo iniciado aos 14 anos numa redação de rádio, eu poderia estar admitindo como certa a decisão do Supremo, mas não. Mesmo tendo a prática e a convivênciua do meio,
só a formação teórica no curso de Comunicação da UFC, me capacitou
a compreender a gênese dessa atividade, o espírito de sua aplicação no preparo de formadores de opinião e o entendimento de que partícipes da História, a defesa dos nossos interesses é similar aos interesses da população a qual prestamos serviços.

9 comentários:

Carla Soraya disse...

Sábias palavras. Futuro negro e incerto para a democracia. Quando o erro desta decisão for percebido, muitos estragos terão sido cometidos. Assim é a humanidade. E como fomos comparados a cozinheiros, só resta agora tirar o diploma da parede e colocar em uma frigideira ou panela de pressão. Quem sabe dá um caldo para alimentar o ego das celebridades instantâneas! Cheiro!

Anônimo disse...

Espero que esse comentário não seja censurado... Mas veja Nonato, por exemplo, no que resultou finalmente a aquiescência dos jornalistas profissionais em tolerar e dividir o espaço nas redações com essa turma paraquedista... E você mesmo, fez e faz isso há tanto tempo, onde conviveu e convive e até defendia e elogia esse pessoal... O castigo veio a cavalo... O STF assassinou a Constituição, mas a queda da exigência do diploma de graduação universitária para o exercício do jornalismo também teve, em seu processo histórico, a ajuda dos que sempre fecharam os olhos para os que vilipendiavam os direitos da categoria.

Roberio Lessa disse...

Como jornalista formado pelo Curso de Comunicação da Universidade Federal do Ceará, não poderia me deixar calar diante de tamanha falta de bom senso do Supremo com relação ao fim do diploma obrigatório para o exercício da atividade jornalística.
Diante desse terrível precedente, só me resta lamentar a decisão daqueles que deveriam ter pensado melhor sobre uma categoria que luta há muito pela defesa da democracia e por fazer valer o direito de expressar as diversas opiniões de uma sociedade.

Se com a presença de jornalistas nas redações ainda temos exemplos danosos à sociedade quando um poder se sobrepõe ao fato verdadeiro. O que devemos esperar de uma imprensa que será feita por pessoas que sequer ouviram falar no preceito básico do jornalismo que é o de checar e ouvir os dois lados de uma história?

simone nunes disse...

com essa decisao do Supremo,breve será iniciado o processo de mediocrização da midia.

Blog Blogspot disse...

Não consigo imaginar o que é ficar pior do que está, em relação às irresponsabilidades que os jornalistas formados cometem, com aval de seus empregadores - nem sempre jornalistas. Lembro do episódio "Escola Base", onde a imprensa execrou um casal de inocentes, antes bem-sucedidos e hoje quase na miséria.
Apesar disto, concordo que vai ficar pior sem a obrigatoriedade da formação superior. Só não consigo imaginar o que virá por aí.

Anônimo disse...

REALMENTE A JUSTIÇA É CEGA...

Vemos a cada dia provas incontestáveis de que a Justiça no Brasil é cega para alguns casos e de visão aguçada quando interessa aos interesses dos Poderosos ou dos que dominam o Poder. Afinal os juizes, desembargadores e demais representantes da Lei fazem parte de uma classe que não é popular, pois em muitos casos não cumprem horário de trabalho, não tem metas a serem atingidas nem ganham salários de miséria como a maioria dos brasileiros, desse jeito fica fácil julgar processos e dar sempre ganho de causa aos Poderosos de plantão. Hoje o povo tem um problema: não pode confiar em quem faz a lei ( Classe política) nem em quem zela pelo seu cumprimento pois sentimos que não há sintonia entre o Poder Judiciário e os interesses populares.
Na última decisão do Supremo Tribunal Federal em destruir a necessidade de diploma para exercício da profissão de jornalista vemos argumentos absurdos com comparar jornalista a costureira e cozinheiro. Claro que o ser humano tem talentos , mas será que os senhores juízes confiariam em se deixar ser operado por um médico apenas prático ou será que seus tribunais poderiam ser preenchidos por rábulas. O Judiciário tem sim problemas e certamente não estão em sintonia nem com os interesses populares nem com os movimentos sociais que tanto lutaram por democracia, ética e respeito aos seres humanos. As decisões judiciais ora em questão são aplicadas não pela pressão popular que ainda dorme em berço esplêndio, mas pelos que dominam o poder sempre ávidos, ágeis e fortes na pressão e nos lobbys que vivenciamos no dia - a - dia.
Outro problema que constatamos é que faltou mobilização popular,. falta aos jornalistas o pé - no - chão e um movimento realmente de massa não só pela exigência do diploma , mas por sua qualidade, pois infelizmente temos jornalistas que são apenas jornalistazinhos. É preciso que o modo de fazer jornalismo seja mudado e a imprensa fale o linguajar do povo, para que quando dele precisar para mobilizações, lutas ou defesa de interesses do jornalismo e das causas populares possa encontrar aliados e cúmplices que nenhum juiz conseguirá derrubar. A democracia da comunicação deve ser fortalecida e o mundo jornalísitico deve ficar à serviço do povo buscando o entendimento de que a pauta deve ser efetuada pela essência viva do movimento popular. Jornalista não deve ser pautado pelos interesses dos proprietários dos jornais nem por quem paga publicidade, jornalista deve buscar e fazer informação pura, verdadeira e desatrelada para o bem do jornalismo e da sociedade.
É importante que os jornalistas e a Sociedade em Geral se rebelem contra este poder tão grande dos magistrados que hoje decidem vidas, trucidam os movimentos populares ( ilegalidade de greves ) e tal com Midas tocam no povo e os transformam em ouro de tolo.
FRANCISCO DJACYR SILVA DE SOUZA - PROFESSOR

Marcos_Ce disse...

Citando:

"simone nunes disse...
com essa decisao do Supremo,breve será iniciado o processo de mediocrização da midia."

Será iniciado? Esse processo já se iniciou faz tempo e está mais enraizado que nunca. A mídia está podre. Sem entrar no mérito da decisão do STF, o diploma não traz ética nem imparcialidade, coisa rara no jornalismo cearense. Boa parte de nossos jornalistas são fantoches nas mãos de seus empregadores ou de quem lhes molha as mãos. Posso citar como exemplo os puxa-saco da prefeitura de Fortaleza no jornal O Povo e o caso da briga entre os repórteres da Tv Verdes Mares e Tv Jangadeiro que caiu no Youtube. E o que dizer de Alan Neto, que é conhecido como Fagundes?

Aracati em Foco disse...

Não sou formado e mesmo assim discordo da decisão do supremo. Concordo plenamente com os comentarios aqui postados, principalmente quando sabemos que o futuro ético do jornalismo é totalmente incerto. Sou apresentador da TV Sinal Canal 7 e locutor da Radio Sinal AM de Aracati. Vivo no mundo do jornalismo talvez por 'dom dado por Deus' até porque os jornalistas diplomados que chegam para trabalhar aqui são verdadeiros sanguessugas dos sacos dos patrões assim como da miséria alheia. Ou seja! cada qual treinado para se dar bem, experts em bajulação e aos poucos sendo responsáveis pela matança dos bons costumes e da ética profissional. Agora fico a imaginar, com diplomados são poucos que correspondem às espectativas para qual o curso fora criado, imaginemos agora tudo liberado!

Aproveito para dizer que no interior do estado até para realizar cursos e tirar a carteirinha do sindicato é uma missão dificil, imaginem de jornalismo. O país deveria repensar eram questões como essa e não praticamente desvalorizar o diploma de quem cursa uma universidade.

Abraço ao admirável amigo e irmão em Cristo Nonato Albuquerque.

Anônimo disse...

Existem muitos paraquedistas realmente . Inclusive , a reboerréia do sul , está dominando esa area no meio de comunicação de Fortaleza e do nosso estado. O que tem "jornalistas' do RIO, S.Paulo, RG SUL , que nunca trabalharam numa redação por lá, se achando os maiorais , tirando o emprego dos verdadeiros jornalistas daqui. Sou advogado, mas, acompnaho tudo nessa area.. Alguns "donos" de jornais, aportam esse pessoal como fossem os maiores do mundo., Culpa de voc~es , autenticos jornalistas cearenses.. O Tribunal arguiu feio, deplorável, mas fica meu registro. Nota Zero para ao tribunal , sem invalidar a minha visão sobre isso. ( sei que serei censurado, mas é a pura verdade).

Jonas Bezerra Viana- Bloguista, e seu admirador, como homem de TV , Radio e Jornal.