São poucos os colecionadores de discos de cera neste País. Aqui mesmo no Ceará, conta-se nos dedos os que respondem por essa paixão: Christiano Câmara e Nirez. Este último, por sinal, expõe o seu acervo de 22 mil discos todo domingo nas ondas da FM Universitária.
O Museu Cearense da Comunicação é o museu do Nirez. Ele já tem 50 anos de criação. Já o programa de rádio 'Arquivo Nirez' foi lançado em 1963, completando 45 anos neste 2008. Começou em outro prefixo e hoje fixou-se na grade da programação da emissora universitária.
Criado, pesquisado, produzido e apresentado por Miguel Angelo de Azevedo, o Nirez, o 'arquivo' se dá ao luxo de pontuar cada música com dados minuciosos de cada gravação, que nem sempre estão disponíveis ao grande público.
Na edição deste domingo, por exemplo, ouvir Paulo Tapajós e gravações que eram arranjadas por nomes importantes como Leo Perachi, Radames Gnatalli, diz bem da tradição de se culturar o passado, em discos de cera cuja sonoridade demonstra estar bastante preservada.
O Arquivo Nirez, oficialmente Museu Cearense da Comunicação, possui um acervo preciosíssimo de mais de 100 mil peças, dentre elas a coleção de 22 mil discos de cera (78 rpm) considerada uma das maiores do país do gênero de discos brasileiros com gravações comerciais, com exemplares que vão desde a famosa Casa Edison do tcheco naturalizado americano Frederico Figner, até os "recentes" exemplares de 1964 da gravadora Chantecler. Os discos estão em ótimo estado de conservação, foram, neste projeto, digitalizados (mudança do formato analógico para digital), catalogados em banco de dados e disponibilizados na página do Nirez.
Dentre outras raridades do Museu está a coleção de mais de 30 mil fotografias, onde 15 mil aproximadamente são de Fortaleza Antiga, além de 30 mil negativos inéditos em sua maioria cidades do Ceará. O acervo também é composto por gramofones, vitrolas, projetores e filmadoras, rádios à válvula, toca discos, microfones, máquinas fotográficas, projetores de "slides", gravadores de cassete e rolo, aparelho de televisão, telefones, instrumentos musicais de personalidades, peças de reposição para gramofones e vitrolas, matrizes de discos em cobre e cobertura de níquel (78 rpm), filmes de 35, 16, 8mm, negativos em vidro, mais de 200 horas de gravação em fitas de rolo com depoimentos de personalidades nacionais e locais, fitas cassetes com gravações de música brasileira, uma biblioteca com aproximadamente 15 mil volumes, especializada em Música Brasileira e História do Ceará, coleções de numerosos jornais cearenses e nacionais, revistas, como: Fono-Arte, O Cruzeiro, O Malho, Ilustração Brasileira, Discolândia,Vida Doméstica, Carioca, Kosmos, Radiolândia, Revista do Rádio etc., dentre tantas outras peças."
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