A coluna de Tutty Vasques no Estadão, hoje, faz uma avaliação sobre o rumo do Brasil em Pequim e aponta o que é melhor da Olimpíada. Reproduzimos:
Pequim, urgente!
O melhor da Olimpíada para o Brasil não são, evidentemente, os resultados. Ou já teríamos - com o desprezo histórico que cultivamos pelo segundo lugar - perdido inteiramente o interesse pela competição. Alguém aí por acaso se dará por satisfeito com uma medalha de prata para o time do Bernardinho ou do Dunga?
O melhor da Olimpíada para o Brasil é a chance que os meios de comunicação aproveitam para variar de assunto. Brasília já não é mais o único centro de atenções e o povo nas ruas parou um pouco de repetir o mantra da pouca-vergonha. "Coitada da Edinanci", comentava-se ontem nos pontos de ônibus o triste adeus da judoca em Pequim. Ninguém deu a menor bola para o depoimento de Daniel Dantas na CPI dos Grampos.
Vínhamos de uma madrugada difícil, fomos dormir em 39º lugar no quadro de medalhas, mas ganhamos o dia com o ligeiro declínio da quantidade de notícias enguiçadas produzidas no Congresso. Lamentavelmente, a guerra no Cáucaso também ajudou a renovar o conteúdo das primeiras páginas - nada que uma boa vitória contra Camarões não espante das manchetes.
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