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sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Estudante analisa papel do rádio cearense

Li o comentário da estudante de jornalismo May Araújo, sobre o rádio que postei logo abaixo, e fico contente de que não seja apenas minha, a voz solitária dos que refletem sobre esse tema. Reproduzo o texto na íntegra, agradecido.

May Araújo disse...
Olá Nonato!

Sou estudante de comunicação da UFC, por sinal, amiga do Alan Santiago, do jornal O Povo, que fez um perfil seu e da Katiuzia Rios dia desses, tudo bem com você?

Nonato, muito séria essa sua observação sobre o conteúdo das rádios, tanto AM quanto FM, do Ceará. Semestre passado estava analisando isso em um dos meus trabalhos da faculdade e é impressionante como a gente vive reclamando da futilidade das FMs, mas a AM também anda de mal a pior. Poucos programas, de fato, apresentam algum diferencial, alguma informação de verdade.

Não é por que trabalhe na Rádio Universitária, mas acho q lá é um dos poucos lugares em que se faz jornalismo de rádio sério. E é que ainda temos muito o que reformar.

O serviço de transito é importantissimo pra uma cidade como Fortaleza e ninguém compra essa idéia com aquela velha desculpa de que o público quer é distração e não informação. A verdade é que os grandes donos das empresas de comunicação subestimam tanto os ouvintes/espectadores/leitores que nem sabem o quanto estão perdendo com essa visão preconceituosa de público ignorante.

E acontece coisa semelhante nos programas policias, não acha? Veja só o Barra, correndo por fora na briga pela audiência: ao invés de ficar mostrando sangue, está dando mais espaço às reivindicações do povo. Fantastico isso que estão fazendo, viu Nonato. As pessoas querem é isso mesmo, não é só entretenimento, não.

Muita gente da faculdade caçoou da Katiuzia "ah, vai trabalhar em programa policial". Um bando de bestas os que disseram isso, achei foi muito boa essa participação dela. Pra mim, jornalismo competente é esse: aproximado do povo.

Abraços pra você e bom saber que tem um blog. Passarei por aqui sempre que der. Há um ano e meio vendo desenvolvendo uma pesquisa sobre programas policias (apesar de todas as críticas dos colegas) e espero, no meio desse caminho de pesquisa, poder um dia entrevistá-lo."

8 comentários:

Anônimo disse...

Essa estudante tem que estudar muito ainda... "FM's", "invés"... Como essa moça passou no vestibular? Isso se a faculdade que ela freqüentar aplicar esse tipo de seleção, o que não parece ser o caso...

Wanderley Neves disse...

Odeio anônimos covardes, ainda mais falando besteiras sobre uma amiga competentíssima que é a Mayara.


Ela, Nonato, realizou uma pesquisa sobre o jornalismo policial televisivo cearense. É uma voz quase solitária lá no curso ao defender a legitimidade dos programas policiais como um dos poucos segmentos da mídia local em que a população da periferia da cidade se vê, se identifica. A maioria dos estudantes de Jornalismo, pelo menos lá da UFC, pensa que esses programas nem são jornalismo.

Sabemos que há muita picaretagem no ramo com pessoas que se fingem jornalistas para conseguirem projeção suficiente para uma carreira política (é dispensável citar nomes, eles logo vêm à cabeça de qualquer um), mas jornalismo mal feito não deixa de ser jornalismo. E também não podemos desconsiderar que há jornalismo sério sendo feito, preocupado com o cidadão.

E quando eu vi as peças com a Katiúzia ao seu lado, comecei a rir ao imaginar as pessoas que falavam esse tipo de coisa nas aulas dela vendo a mesma coisa que eu.

E eu tinha que falar do Alan também, né? Ele realmente é fantástico. Parabéns a ele pela matéria. Aliás, ele mais alguns outros amigos estão preparando uma empreitada na blogosfera para breve.

Já quanto ao rádio, sinto também uma deficiência muito grande em Fortaleza. A CBN dá uma profunidade fantástica à sua cobertura, mas o noticiário local fica reduzido aos intervalos do jornal. É triste ver que a Rádio Universitária realmente está quase que isolada nisso. (ainda mais sendo uma FM!) Mas vejo um horizonte otimista; as pessoas estão se interessando mais pela informação, pelo jornalismo (exemplos são o aumento na circulação dos impressos e o investimento de programas de variedades na área) e espero que as rádios acompanhem isso. Os brasileiros precisam ser reapresentadas ao radiojornalismo.

Um abraço!

Anônimo disse...

Olá,
Já trabalhei na produção do programa Rádio Debate. Depois, acabei escolhendo o jornalismo impresso. Também lamento que no Ceará ainda se dê tão pouca atenção a um meio tão nobre quanto esse.

Sobre o e-mail criticando o texto da estudante da UFC não vi onde ela escreveu "FM´s". Onde está o erro de "ao invés de"?!

Um abraço,
Cris Bonfim

Anônimo disse...

Acho que o "anônimo" tem razão: sigla não tem plural e o que foi escrito é um anglicismo - cuja forma original significa "posse, de proriedade de" -, o "s" com apóstrofo não tem raiz em nossa língua como plural de sigla, o que não existe. Quanto ao "invez", o tal "anônimo" também está correto: o certo é "em vez de" do que "invez". Mesmo que se argumente tratar-se de linguagem cotidiana, sem formalismo.

Wanderley Neves disse...

Egberto, ela não escreveu "invez" nem "FM's", ela escreveu certo, "FMs" e "invés".
Esse anônimo é que não deve ter passado no vestibular e está com invejinha

Anônimo disse...

Neves, é chato dizer, mas com apóstrofo ou sem apóstrofo - e ela escreveu com - não existe plural de sigla. Ainda que seja "invés", não é recomendado o uso desse forma, mas "em vez de". Não se trata de "invejinha" ou qualquer coisa baixa, mas, analisando do ponto de vista da língua portuguesa, as observações têm fundamento.

Wanderley Neves disse...

Pois, Egberto, todos os meus professores de português ensinaram que o plural de siglas é feito com o "s" minúsculo sem apóstrofo, como ela escreveu ("futilidade das FMs"). No vestibular mesmo é corrigido dessa forma.

Mas não insistirei; essa discussão é besta demais.

Anônimo disse...

Não existe plural de siglas. Tenho certeza que no vestibular não é corrigido dessa forma, pois esse tipo de plural não existe. Não existe discussão besta, existem argumentos frágeis, insípidos. Toda discussão vale a pena.