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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

JORNALISMO. Uma reflexão sobre o papel da imprensa no BR


Como se trata de algo tão importante para a leitura de todos nós jornalistas, estou printando trecho do artigo da Angela Carrato, publicado hoje no VioMundo e que mostra a força da categoria unida do jornal La Nacion, contra todo tipo de tratamento dos que chancelam o poder. Para ler o artigo na íntegra, clique AQUI




Em pouco mais de 24 horas, dois episódios envolvendo a mídia comercial brasileira dão bem ideia do fundo do poço a que o setor chegou. E o Brasil, também.
O primeiro foi um calhorda editorial publicado pela Folha de S. Paulo, no sábado (22/08), no qual iguala a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ao atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Ela, uma mulher honesta e que foi torturada, e ele um defensor da tortura e chefe de um clã mergulhado em denúncias de corrupção.
O segundo foi a explícita ameaça de violência física de Bolsonaro contra um repórter do jornal O Globo que lhe indagou as razões pelas quais sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil em depósitos feitos pelo ex-assessor Queiroz, em sua conta bancária.
Ao invés de responder, Bolsonaro, que visitava a Catedral de Brasília, disparou: “a vontade que eu tenho é de encher sua boca de porrada”. E ainda emendou: “seu safado”.
Nos dois casos, as redes sociais se manifestaram de forma intensa.
Ao longo de todo o sábado, a ex-presidente Dilma recebeu apoio e solidariedade de seu partido, dos partidos progressistas, além de artigos em blogs, sites e lives na mídia alternativa, dedicados a colocar os devidos pingos nos is.
A própria Dilma foi contundente ao rebater, com dados e fatos, o editorial, deixando claro que falava do grupo econômico Folha, e não de jornalistas.
Igualmente contundente foi a resposta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao frisar que se tratou de “uma ofensa à presidenta Dilma Rousseff, uma agressão à verdade histórica e um desrespeito, mais um, aos leitores do jornal e à sociedade brasileira”.
[...] 
 A voz dos sindicatos dos jornalistas e das próprias Faculdades de Comunicação, tão atuantes e incisivas no combate à ditadura civil- militar de 1964, simplesmente amoleceram nos últimos anos. 
Mesmo setores tradicionais da chamada sociedade civil não deram e continuam não dando à regulação democrática da mídia a importância que ela tem e merece.
Essa pauta não é só urgente. É urgentíssima.
O resultado de todo esse processo em que o silêncio acobertou mentiras, linchamentos midiáticos e interesses nada republicanos é a desinformação generalizada, a confusão do público em relação à realidade do país e uma mídia que, se não reagir, perderá de vez a quase nenhuma credibilidade que lhe resta.

A mídia brasileira, que nunca quis limites democráticos, está perdida no labirinto autoritário que ajudou a criar. 

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