domingo, 9 de outubro de 2016

JORNAIS. Linguagem chula se torna corriqueira no impresso


Sem querer demonstrar nenhum falso moralismo, deparamo-nos hoje em dia no jornalismo brasileiro com a escrita real do que falam os entrevistados, mesmo que algumas expressões soem grosseiras. Nos meus tempos de redação - atuei em O Povo e no Diário do Nordeste -, palavrões e expressões consideradas chulas eram substituídas por um asterisco, quando não acontecia de o secretário da redação os limar do texto. Hoje, a coisa mudou. Que o diga a colunista Mônica Bergamo. 

Em sua coluna deste domingo, ela estampa em manchete a expressão "fodido", citada pelo humorista Marco Luque, numa linguagem mais apropriada ao ambiente de seus 'standups'. 

Por conta dos séculos de cultura judaico-católica, só a visão do palavrão já nos remete a uma certa inquietação; menos por nos considerarmos conservadores, mas por uma exigência de purismo que, certamente, já não basta nesses tempos e pós-modernidade. 

Provavelmente, essa opção em publicar termos assim já nem fira mais a sensibilidade de alguns leitores, que em outros tempos, rapidamente, tocariam o telefone para o editor reclamando do que, em outros dias, era considerada linguagem chula. Ofensiva. 

Alguém concorda ou será que a idade me mantém com esse tipo de reserva?

2 comentários:

  1. Acho que é sempre de bom tom, não se agarrar nestes 'modernismos'. Eu tinha uma página num jornal Semanário, e o máximo que colocava quando cabia era phoda.

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  2. É uma coisa que se espalha feito rastilho de pólvora o uso de palavrões e frases desse tipo. Acredito que denota tão somente a pouca cultura de quem usa desse expediente.

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