domingo, 11 de julho de 2010
Jornais. Caso Bruno na visão do ombundsman
Ombundsman Suzana Singer, da Folha sobre o caso Bruno e a cobertura da Folha: "Casos policiais são há muito tempo uma pedra no sapato dos jornais considerados de prestígio. Mesmo depois da rua Cuba, Daniela Perez, Suzane von Richthofen e Isabella Nardoni, persiste um medo atávico de se confundir com os jornais populares, do tipo "espreme sai sangue".
É muito raro, por exemplo, manchetar um crime. Recorre-se a um quadro no alto da capa, uma forma de destacar o assunto sem conferir-lhe a honra de ser a manchete. Dos grandes casos nos últimos 20 anos, só Isabella Nardoni foi o título principal da Folha, em abril de 2008.
[...] A Folha não caiu nessa fórmula, mas pecou pela falta de investimento, contentou-se em publicar o que todo mundo já tinha visto no dia anterior na TV ou na internet.
A cobertura policial é um dos calcanhares de Aquiles do jornal. Faltam bons jornalistas na área -só ontem, 14 dias depois que o escândalo surgiu, uma repórter especial entrou na história.
Não se gasta tempo transformando relatos de delegados em tramas que deem vontade de ler. Não se usa a criatividade para descobrir o que dá para tirar de um caso como o de Bruno e Eliza, para além dos detalhes sórdidos.
Falta inventar uma maneira Folha de cobrir crimes. Afinal, o jornal que "não dá para não ler" tem que tratar bem história que "não dá para não ler".
Só que isso não pode-se dizer da parte política. Lá tem muita criatividade.
ResponderExcluiré por que Nonato na cabeça dos tecnocratas da folhas rico não se liga nestes casos que são a maioria absoluta de assinantes de seu jornal, pra estes tipos de assunto a folha tem o jornal AGORA SP que como dizem se torcer sai sangue que chega quase a vender mais nas bancas do que a folha pois quem compra são só os mais humildes taxistas- os trabalhadores quando vai pra o trabalho pra ir lendo na condução pois é um jornal pequeno e fala de novelas e etc: mais coisa de interesse da classe menos favorecida que não gosta de jornais grandes.é isso ai.
ResponderExcluirO que mais me impressiona,me irrita mesmo, é ânsia de alguns delegados em querer aparecer, levantando fatos, tirando conclusões definitivas,quando as investigações ainda estão em andamento. Aquele delegado mineiro,do caso Bruno,é um exemplo deprimente disso.E o homem ainda tem dificuldade para falar,quase não se entende o que ele diz.Outra coisa:para que todo aquele aparato, com seis,oito ou dez viaturas,em comboio pelas avenidas,somente para levar três suspeitos que caberiam em um só camburão.É ou não é vontade de aparecer ?
ResponderExcluirAlguns acontecimentos relativos à prisão do goleiro Bruno, me fez lembrar de outras prisões, e da diferença na atitude tanto da polícia, quanto da mídia.
ResponderExcluirO diretor de redação de O Estado de São Paulo, Antonio Marcos Pimenta Neves, acusado do assassinato da jornalista Sandra Gomide, não foi exposto a constrangimentos incompatíveis com nossa legislação.
Com relação ao casal Nardoni a polícia, atenta ao seu dever, não divulgou imagens de recintos internos, também não me lembro de que fizessem uso de uniformes quando se deslocavam para prestar depoimentos.
Uso de algemas? Quase provocou uma revolução no país no caso Daniel Dantas. Alguns podem dizer, ora, o Sr. DD não é um assassino, foi acusado, apenas, do chamado “crime de colarinho branco”, não era caso para uso de algemas.
No entanto, quem pratica o “crime de colarinho branco” pode ser responsável por muitas mortes, pois, o dinheiro que poderia ser destinado à saúde, educação, segurança, etc, e que é desviado para o benefício de corruptos, acaba por provocar a morte de crianças, jovens, idosos e adultos.
E aquele caso do advogado e da médica em Minas Gerais que, segundo foi divulgado, torturavam, matavam, degolavam e cortavam o corpo em vários pedaços. Da médica só me lembro da divulgação de uma fotografia, os outros acusados também não foram expostos a situações de afronta à legislação. Aliás, nem se tem mais notícias, nem por parte da polícia, nem da mídia.
Então, por que no caso do goleiro Bruno (preso provisório), temos: divulgação constante de imagens obtidas dentro da cadeia (será que as câmeras de televisões foram liberadas na parte interna?), forçosamente um dos presos é obrigado a levantar a camisa e mostrar uma tatuagem nas costas, uso obrigatório de uniformes, e outras práticas não usuais para outros acusados.
Um fato chama a atenção, nos casos que citei, com exceção do acusado Bruno, todos são brancos, e de classe média para cima.
A prática diferenciada da polícia e da mídia, muitas vezes sem levar em conta normas e princípios constitucionais, bem como, outras regras jurídicas, no caso do goleiro Bruno, me leva a lembrar que o mesmo tem origem humilde e é negro.
Se, de fato, todos são iguais perante a lei, o tratamento deve ser igualitário, mesmo para quem é acusado, ou condenado de crime. Aos que não concordam com as leis existentes, cabe apelar ao parlamento para que seja mudada.
Iara Guerra.