terça-feira, 11 de novembro de 2008
A história da Manchete contada agora em livro
A revista Manchete, criada por Adolpho Bloch em 1952, virou livro. Organizado por José Esmeraldo Gonçalves e J. A. Barros, o livro contém artigos de 16 jornalistas que participaram da revista ao longo de sua história.
Matéria de Ubiratan Brasil, na edição de hoje do Estadão, lembra desde o primeiro número que chegou às bancas no dia 23 de abril e qual publicação ela foi inspirada. Na francesa Paris Match, cuja marca principal eram as grandes fotos.
"Na primeira edição, trazia crônica de Carlos Drummond de Andrade ("O jornal está cheio de assuntos; aliás, o mal dos jornais é justamente esse: assunto demais") e uma curiosa polêmica envolvendo Pietro Maria Bardi, diretor do Masp, que considerava um quadro pintado pelo poeta Menotti Del Picchia como o melhor que já vira entre os brasileiros, superior a Portinari e Di Cavalcanti.
Amigos próximos também participavam da construção da revista. Bloch dedicava especial devoção a alguns, como Juscelino Kubitschek, Ivo Pitanguy, Oscar Niemeyer. Em seu texto para o livro, aliás, o arquiteto revela que Bloch contribuía para o Partido Comunista Brasileiro: "Ah, velho Adolpho, como lembro com satisfação o tempo em que o nosso amigo Marcos ia todo mês à sua tipografia receber a ajuda para o PCB, que a solidariedade política justificava!"
"Aconteceu na Manchete" traz ainda outras revelações saborosas. Em seus 33 anos empregado no grupo Bloch, o jornalista e escritor Carlos Heitor Cony exerceu diversas funções, nas diversas revistas da editora e também na TV Manchete, que entrou no ar em 1983.
Algumas, porém, apesar de divertidas, contrariam as regras do bom jornalismo. No livro, ele revela que era o verdadeiro autor das previsões do "vidente indiano" Allan Richard Way que a Manchete publicava anualmente.
Problemas no gerenciamento comercial culminaram com o colapso do grupo Bloch que resistiu até a Justiça lacrar o prédio onde funcionavam as redações, na Rua do Russel, no Rio. A última edição, de número 2.519, circulou em 26 de julho de 2000 e trouxe o ator Reynaldo Gianecchini na capa. O número seguinte chegou a ser preparado pela redação mas, com a agonia da empresa, não passou de uma edição virtual, figurando apenas nos computadores dos jornalistas. E são as imagens dessa derrocada de um grande império que ilustram os últimos capítulos do livro."
Trechos do artigo O Que Aconteceu virou Manchete de Ubiratan Brasil, do Estadão.
Nonato, essa matéria não é do Estadão?
ResponderExcluirValeu a correção. Um abraço.
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