ARTIGO. 'Efeitos das redes sociais' segundo Carlos Delano

 Efeitos das Redes Sociais

Carlos Delano Rebouças

Ilustração Khoon Lay Gan

A presença em um ambiente virtual que é constantemente agressivo ou tóxico, segundo Soares, pode desencadear transtornos como ansiedade, depressão, dependência digital, baixo autoestima, transtorno do sono, entre outros. se você questionado sobre o que as redes sociais têm a oferecer de bom, de salutar para a sua vida, teria respostas convincentes para justificar positivamente a diferença que fazem na sua vida?

"Claro que sim! Diria que nelas eu tenho espaço para ser quem sou de verdade; que lá conheço novas pessoas, reencontro velhos amigos e me divirto bastante entre uma postagem e outra. Não sei mais o que seria de mim fora das redes sociais. Elas são tudo de bom!"

Talvez, essa poderia ser a resposta de muita gente, inclusive a sua. Mas será que esse mundo digital (cada vez mais real) faz mesmo tanto bem a todos nós? Será que de fato é esse bálsamo que nos alivia e nos conforta em relação às dores da vida?

Imagine um mundo de perfeição, no qual a felicidade reina, sem dificuldades, apesar dos filtros e retoques, em que a vida se retrata em mil cores e brilhos, e largos e falsos sorrisos, como se fosse uma verdade inquestionável. Eiê, gente, como as redes sociais nos iludem!

A presença constante (e sem limites) em um ambiente virtual indubitavelmente leva ao adoecimento da mente. Por ser constantemente agressivo e tóxico, pode desencadear diversos transtornos, como ansiedade, depressão, dependência digital, baixa autoestima e transtornos do sono, por exemplo, impactantes na qualidade de vida, principalmente da geração Z.

E estamos nos sentindo cada vez mais infelizes também! Mas não é para menos... Se de um lado tudo parece perfeito! do outro, existe um esforço imenso e contínuo para potencializar uma condição sempre adversa, que nos faça acreditar que se existe um lado errado nessa história, nele eu estarei. 

Em meio a esse conflito, entristecemo-nos a cada visita feita às redes sociais. Passamos a achar que somos mesmo fracos, infelizes e incapazes, seja por acreditar que jamais seremos, nem de longe, tão felizes quanto aqueles que seguimos, seja pela certeza de que nos identificamos bem mais com a outra parte que prefere um mundo de lamentações.