Uma cena inusitada nas ruas de Fortaleza: um senhor vende bosta nas calçadas. Na verdade, artesanato de cocô. E isso, evidentemente, chama a atenção dos passantes. O Povo, jornal cearense, mergulhou nessa história que reflete a situação de moradores de rua e a extrema necessidade dos vulneráveis para sobreviverem. A matéria - a do jornal - é expressivamente realista e mostra dignidade no trato do assunto, ao expor a situação de miséria a que grande número de pessoas está submetida.
O nome do vendedor de bosta é Honovo Carneiro. Ele tem 55 anos. Está em situação de rua há cerca de 12 e a razão teria sido uma enchente no bairro Aerolândia, onde morava e foi expulso com a família para serem pessoas em situação de rua. Para garantir o sustento ele produz esculturas feitas com papelão e outros materiais encontrados no lixo. Custam em torno de 5 reais.
O autor da matéria, jornalista Gabriel Damasceno, soube dar o tom sensível desse caso, cuja simples manchete, provavelmente, deve causar um impulsivo sentimento de repulsa entre leitores indiferentes ao estado em que muitas pessoas convivem no mundo. Damasceno ouve quem vive em torno e a reação dos passantes. E finaliza a reportagem apontando um modo de como o leitor - apreensivo com o assunto - pode minimizar a situação vivida por esse morador de rua.
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