terça-feira, 23 de maio de 2023

TV. O "espelho mágico" está perdendo para as redes sociais?

 
A tv brasileira está mudando? Alguns exemplos recentes parecem identificar isso, já que formatos antigos de programas parecem não mais funcionar, enquanto a internet ocupa boa parte do tempo do brasileiro. Ela já rouba o público do chamado "espelho mágico", e programas de auditório parecem estar com os dias contados.  

A confirmar essa mudança, o fim do programa do Faustão na Band, O desabafo do apresentador Rodrigo Faro, dizendo que não aguenta mais quadros da época dinossáurica da tv - além de casos regionais nos quais emissoras cearenses tiraram da sua grade, programas ligados ao noticiário policial e que superavam audiência até da Rede Globo. 


Muita gente ainda se indaga sobre o fim do Barra Pesada, que depois da pandemia sumiu da Jangadeiro. Mudanças, na avaliação da direção que prefere se enquadrar como empresas de um perfil de mais qualidade do que quantidade e aceitaram o desafio de "higienizar" o horário. Mesma coisa aconteceu com a TV Diário, enquanto outros canais adotaram a ideia e fizeram pequenas reformulações.  

Com relação aos programas de auditório, nota-se alterações no formato que parece ultrapassado. Faustão é o melhor exemplo. Seu programa na Band já não funciona. Ele jogou a toalha já que o horário mal conseguia 2 pontos de audiência. Eu diria, porém, que a exibição diária cansou até o apresentador. Aconteceu com o humorista Tom Cavalcante, na Record. 

Aliás, os humorísticos sumiram da grade da Record e da Globo. Esta, deu uma vassourada em todo o seu elenco de profissioinais e os sobreviventes atuam hoje na tv por assinatura - canal Multishow -, restando ao público interessado em humor na t5v aberta o caso do veteraníssimo "A Praça é Nossa", no SBT, digamos assim uma reencarnação do antigo "A Praça da Alegria', que esteve no ar até 1978, criada por Manoel da Nóbrega.

Há mais casos curiosos. O dos canais que vendiam marcas, como o recém-finado Shoptime, "atropelado pelas redes sociais", segundo Ciro Botino, o veterano das televendas. 

É que o mundo mudou muito de 1956, quando "A Praça" original começou a ser exibida, aos dias de hoje, onde mesmo que o televisor esteja ligado, poucos lhe dão a mesma atenção. Verdadeiramente, quem dá as cartas hoje em dia,  é a internet, via Instagram e Twitter, enquanto outras bigtechs se arranjam com produções feitas pelos internautas - leia-se Tik Tok e Kwai -, numa demonstração de que as pessoas se vêem nos seus vídeos curtos e nas "lives" produzidas amadoristicamente pelo o povo - sem pouca ou nenhuma qualidade, mas nelas é que ele se vê. Pelo visto, agora, o espelho é outro. 

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