quarta-feira, 17 de abril de 2019

JORNALISTAS. Sindjorce dá conta das negociações salariais

O Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) apresentou, ao Sindicato das Empresas de Jornais e Revistas do Ceará (Sindjornais), novas propostas de redação de cláusulas para fechamento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de Mídia Impressa 2018/2019. 





A mediação aconteceu no dia 3 de abril, na Superintendência Regional do Trabalho no Ceará (SRTE).

Neto Medeiros, negociador contratado pelo Sindjornais, colocou o que, na avaliação das empresas, antes era alvo de controvérsia e que, neste momento, já podia ser definido após o diálogo com os operários da notícia. Veja as novas redações no quadro abaixo.
“Passou da hora de as empresas também negociarem”
Para o secretário-geral do Sindjorce, Rafael Mesquita, que compõe a comissão de negociação, tais colaborações e entendimentos produzidos mostram a disposição ao diálogo dos jornalistas e o respeito da classe ao processo de negociação. “Negociamos, cedemos muito, avaliamos e demos o recado: passou da hora de as empresas também negociarem”, avalia o dirigente.
Conforme Mesquita, ao mesmo tempo em que ratificam a importância de preservação de alguns direitos, os empregados de jornais e revistas tiveram maturidade política de apontar o que das cláusulas é fundamental para o bom funcionamento das organizações jornalísticas, assim como para a preservação de relações de trabalho decentes. Assim, os profissionais defendem a manutenção das seguintes cláusulas:
  • GRATIFICAÇÃO DE CHEFIA de 50% (cinquenta por cento) do salário percebido;
  • HORA-EXTRA de 80% do valor da hora normal e um adicional de 100% a partir da sétima hora trabalhada na jornada;
  • DIÁRIA DE VIAGEM de 10% de seu salário por dia de viagem, quando o retorno ocorrer em dia diverso do da saída;
  • Pagamento de 40% do valor de venda das FOTOS E ILUSTRAÇÕES NEGOCIADAS;
  • AUXÍLIO CRECHE através de convênio ou ressarcindo os valores das mensalidades pagas mediante recibo;
  • MANUTENÇÃO DA DATA-BASE E PAGAMENTO RETROATIVO DE TODAS AS CLÁUSULAS COM IMPLICAÇÕES FINANCEIRAS 
Rafael Mesquita falou ainda sobre cláusulas que já poderiam ter sido alvo de acordo, mas que seguem em discussão por reivindicações das empresas.
Entre elas a que trata da GRATIFICAÇÃO DA ÁREA POLICIAL. Os donos de jornais e revistas reivindicaram inicialmente a exclusão do direito. Já os empregados propuseram contraproposta onde o percentual gratificado, de 25%, seria calculado a partir do piso da categoria e não sobre o salário base dos profissionais.
A proposição laboral não foi aceita pelo Sindjornais, que permanece pedindo a exclusão do tema. O secretário-geral do Sindjorce retrucou: “cedemos e colocamos uma proposta real. é fácil identificar os jornalistas setoristas da área de segurança”.
Onde mais avançar?
O Sindjorce também colocou na mesa que novos movimentos dos trabalhadores na negociação estão condicionados à apresentação de avanço nas discussões do reajuste salarial dos profissionais. “Nossa avaliação é de que a campanha já se alongou demais e sem nenhuma referência real de aumento. Não estou nem falando do 1%, que considero piada de mau gosto”, lembrou Rafael Mesquita.
Sobre a demora das discussões, o mediador Giuseppe Peixoto Bezerra Lima que criticou a demora de retorno e as dificuldades de avanço. O profissional da SRTE/CE destacou, ainda, que os atrasos recorrentes da bancada patronal estão atrapalhando o bom andamento das reuniões, que ficam com tempo escasso. Este fato levou ele a alterar o horário dos encontros, saindo das 8h30 para as 10h30.
A próxima negociação é dia 17 de abril, uma reivindicação do Sindjornais, que pediu mais tempo para produzir propostas e conversar com os seus representados. Na avaliação do Sindjorce, é preciso mesmo algo novo no próximo encontro

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