quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

TV. Globo tenta recuperar audiência perdida na sua grade

A Rede Globo começa a acordar para o prejuízo que horários seus - principalmente, os da tarde - estão com reflexos no bojo da audiência. Há mudanças anunciadas como observa artigo dos jornalistas Cristina Padiglione e Gustavo Fioratti, na edição desta quinta feira na Folha de SP. 
"Até então, a Globo vinha recuperando audiência desde 2014, ano em que sofreu um tombo mais dramático. O momento mais baixo da curva foram os 15,1 pontos de média daquele ano, contra os 16,5 até dezembro de 2018 —cada ponto equivale a 711 mil espectadores." 





Novelas com diálogos e enredos que assumem poucos riscos. Programas de auditório com visões adocicadas da vida e pouca coragem na hora de estimular enfrentamentos de ideias. Tardes loteadas com reprises. Faustão aos domingos há 30 anos. E uma grade de programas que permanece quase igual desde a década de 1970.
Tudo em que a TV Globo inova hoje nos horários após  as 23h ela esqueceu de fazer no resto da programação.
Com a ascensão de concorrentes de peso no streaming, a derrota em algumas praças e o desempenho abaixo do esperado de alguns programas vespertinos, a rede tenta hoje correr atrás do prejuízo —sob o risco de ver sua hegemonia, ainda inegável, se desgastar com o tempo.
No fim do ano passado a emissora acordou para o nicho que representa o futuro da TV e reviu o formado de sua plataforma de streaming. 
Especialmente nas regiões metropolitanas, os serviços de vídeo sob demanda dos canais de TV paga e da Netflix, por exemplo, têm ganhado vasto terreno. A Globo passou a lançar na internet produções mais caras, como aconteceu com “Ilha de Ferro” em novembro. A série ainda não foi para a grade da TV aberta.
Nem mesmo a Copa do Mundo impediu uma leve queda de audiência da emissora. Segundo a Kantar Ibope, o Painel Nacional de Televisão registrou redução de 4% de 2017 para 2018 na faixa das 7h à 0h.
Até então, a Globo vinha recuperando audiência desde 2014, ano em que sofreu um tombo mais dramático. O momento mais baixo da curva foram os 15,1 pontos de média daquele ano, contra os 16,5 até dezembro de 2018 —cada ponto equivale a 711 mil espectadores. 
Ainda entre 7h e 0h, o share domiciliar da Globo —percentual de televisores sintonizados— teve queda de 2017 para 2018, oscilando de 36,7% para 35,9%. A Record e o SBT disputam a vice-liderança, com o canal de Silvio Santos um pouco à frente. 
Isso é efeito de programas que ganharam popularidade na concorrência. O “The Noite”, talk show comandado por Danilo Gentili no SBT, bateu o “Conversa com Bial” em diversas madrugadas do ano passado. 

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