quarta-feira, 23 de julho de 2014

NOMES. A luz de Suassuna eternizada fica entre todos nós


Ariano se foi.

Deixou aberta a porta 
para que outros homens de letras, 
falem de sua gente 
com o acentuado encanto como ele descreveu. 

Seus tipos nordestinos, nordestinados
em sagas de armorial sentido e feições universais.

Ariano é um desses luminares 
que o ventre da mãe-Cultura expele, 
de quando em quando - 
quando se faz preciso vir à Terra, um gênio. 

E acrescido dos ingredientes regionais,
ele vai raspando do tacho desse caldeirão, 
o caldo de personas
e personagens 
como o fascinante João Grilo, 
do Auto da Compadecida. 

Ariano se foi. 
Nós temos mais é que agradecer 
a divina providência, oxalá quem seja, 
a passagem dele 
por esse fim-demundo terreno, 
onde ainda bestializamos 
nossas ilusões de poder, 
quando um homem como Suassuna 
revela com simplicidade que o poder 
é o que cria o novo do já antigo
e renova o velho do que há de mais novo.

Ariano é daqueles que transformam
sinais gráficos em luzes
e sai derramando por entre as vistas de todos nós, seus leitores. 

Ele consegue transformar 
o que é singelo em singular. 
O que é belo em magnífico. 

E assim, a vida se farta de luz.
e a luz de seu brilho eternizada fica.

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